Mediadores regionais apresentaram no último domingo (19) um plano de formação de um governo de unidade no Mali, rejeitado por membros da oposição.
Segundo informação da Al-Jazeera, metade da coalizão seria composta por um novo governo. Outros 30% seriam representados por membros da oposição e 20% por grupos da sociedade civil.
A proposta foi rejeitada pois permitiria que o presidente Ibrahim Boubacar Keita continuasse no poder.
O chefe de Estado, reeleito em 2018 para um mandato de cinco anos, tem visto a popularidade cair em meio a alegações de corrupção e ao agravamento do conflito armado no país.
Os pedidos de demissão de Keita se intensificaram após resposta violenta da polícia local aos protestos contra o governo. Pelo menos 11 pessoas morreram durante as manifestações da semana passada.
Os manifestantes contestam ainda os resultados de disputas eleitorais do pleito de 29 de março deste ano. O pleito teve baixa participação porque a população teme ataques de grupos jihadistas que atuam no deserto do norte do país.
Houve ainda acusações de compra de votos e intimidação, além do sequestro do líder da oposição, Soumaila Cissé.
Apesar de a população pedir a saída do presidente malinês, a Ecowas (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, em português), que media o impasse, não vê chance de uma renúncia negociada com Keita.