Uma seca arrasadora na Somália atingiu níveis sem precedentes e deixou um milhão de pessoas como deslocadas internas. Os números foram divulgados na quinta-feira (11) pela Acnur (Agência da ONU para Refugiados) e pelo Conselho Norueguês para Refugiados.
Apenas nos primeiros sete meses deste ano, a seca deixou mais 755 mil pessoas deslocadas no país. A Somália atravessa um período histórico de seca de dois anos, algo que não se via há 40 anos, além de uma quinta estação com chuvas abaixo dos níveis esperados.
Para o diretor nacional do Conselho Norueguês para Refugiados, Mohamed Abdi, o marco de um milhão serve como um grande alarme para a Somália. Ele adiciona que a fome agora assombra todo o país. E é possível observar cada vez mais famílias forçadas a deixar tudo para trás, porque não há água ou comida em suas aldeias.
Mohamed Abdi afirma que o financiamento tem que chegar o mais rapidamente possível, “antes que seja tarde demais”.
A tendência aponta que o número de somalis em níveis de fome deve subir para mais de sete milhões nos próximos meses, agravado pelos efeitos das mudanças climáticas e pelo aumento dos preços dos alimentos devido ao conflito na Ucrânia.
Segundo a representante da Acnur na Somália, Magatte Guisse, as comunidades vulneráveis são as mais atingidas pelos efeitos da crise climática, deixando muitas famílias desprotegidas e aumentando o deslocamento.
Ela destaca que a situação no país já era uma das mais subfinanciadas mesmo antes desta crise. Magatte Guisse afirma que a Acnur os parceiros humanitários estão fazendo o que podem para responder a situação, mas não há recursos suficientes.
A representante da agência de refugiados da ONU fez um apelo à comunidade internacional para que esforce a salvar vidas e a apoiar as ações humanitárias na Somália. Em junho, a Acnur anunciou que precisa de US$ 9,5 milhões para o país africano, como parte de seu apelo regional para o Chifre da África, para ajudar as comunidades deslocadas afetadas pela seca.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News