Soldado francês é morto no Mali durante confronto com grupo extremista armado

Militar tinha a missão de rastrear uma suposta organização islâmica localizada por um drone quando foi atingido por um francoatirador

Um militar francês morreu na última sexta-feira (24) durante confronto com um grupo extremista no Mali, informou a rede France24. Segundo nota do Ministério da Defesa francês, Maxime Blasco integrava uma unidade baseada em uma área florestal localizada próximo da fronteira do país com Burkina Faso.

O militar havia recebido a missão de rastrear um possível grupo de extremistas islâmicos localizados por um drone. Segundo a nota oficial, a unidade em que ele operava contava com o apoio de dois helicópteros.

Houve confronto com as forças, com rebeldes disparando à queima-roupa. Durante o ataque, Blasco foi atingido por um franco-atirador e morreu na hora devido à gravidade dos ferimentos. Seu agressor foi neutralizado, informou o órgão governamental.

Exército francês em missão no Sahel africano, em 2015 (Foto: Wikimedia Commons)

Mais de 50 soldados franceses morreram na região desde o início da missão Barkhane em 2013, criada para coibir a ação de grupos militantes islâmicos que haviam tomado cidades e vilas no norte do Mali. Agora, há um processo de redução de tropas, por ordem do presidente francês Emmanuel Macron, já que há um amplo consenso de que a intervenção não estaria tendo êxito.

No início do mês, a França afirmou ter matado o líder do Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS). A queda de Adnan Abu Walid al-Sahrawi foi celebrada como um episódio bem-sucedido na luta contra grupos terroristas no Sahel.

Retirada militar

Macron declarou recentemente que o envio de mais de 4 mil soldados franceses para o Mali, em breve, sofreria acentuada redução, ao mesmo tempo em que os remanescentes seriam integrados a uma missão internacional mais ampla. As forças têm lutado para conter a expansão do território reivindicado por grupos ligados ao EI e à Al-Qaeda.

O Mali foi desestabilizado nos últimos meses pela turbulência política no país, onde uma junta militar assumiu o poder em maio na segunda mudança de governo ocorrida somente em 2021. A implantação tornou-se cada vez mais impopular na França e, com o enfraquecimento das relações, os malianos estreitaram laços com a Rússia.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

Tags: