Um militar francês morreu na última sexta-feira (24) durante confronto com um grupo extremista no Mali, informou a rede France24. Segundo nota do Ministério da Defesa francês, Maxime Blasco integrava uma unidade baseada em uma área florestal localizada próximo da fronteira do país com Burkina Faso.
Le ministère des Armées adresse ses plus vives condoléances à la famille, aux proches et aux frères d’armes du caporal-chef Maxime Blasco, mort pour la France en combattant des terroristes dans le cadre de l’opération Barkhane, le 24 septembre au Mali. #MPLF pic.twitter.com/s0Xc6Vcy9J
— Ministère des Armées (@Armees_Gouv) September 24, 2021
O militar havia recebido a missão de rastrear um possível grupo de extremistas islâmicos localizados por um drone. Segundo a nota oficial, a unidade em que ele operava contava com o apoio de dois helicópteros.
Houve confronto com as forças, com rebeldes disparando à queima-roupa. Durante o ataque, Blasco foi atingido por um franco-atirador e morreu na hora devido à gravidade dos ferimentos. Seu agressor foi neutralizado, informou o órgão governamental.
Mais de 50 soldados franceses morreram na região desde o início da missão Barkhane em 2013, criada para coibir a ação de grupos militantes islâmicos que haviam tomado cidades e vilas no norte do Mali. Agora, há um processo de redução de tropas, por ordem do presidente francês Emmanuel Macron, já que há um amplo consenso de que a intervenção não estaria tendo êxito.
No início do mês, a França afirmou ter matado o líder do Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS). A queda de Adnan Abu Walid al-Sahrawi foi celebrada como um episódio bem-sucedido na luta contra grupos terroristas no Sahel.
Retirada militar
Macron declarou recentemente que o envio de mais de 4 mil soldados franceses para o Mali, em breve, sofreria acentuada redução, ao mesmo tempo em que os remanescentes seriam integrados a uma missão internacional mais ampla. As forças têm lutado para conter a expansão do território reivindicado por grupos ligados ao EI e à Al-Qaeda.
O Mali foi desestabilizado nos últimos meses pela turbulência política no país, onde uma junta militar assumiu o poder em maio na segunda mudança de governo ocorrida somente em 2021. A implantação tornou-se cada vez mais impopular na França e, com o enfraquecimento das relações, os malianos estreitaram laços com a Rússia.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.