Teste de vacina contra Covid-19 é alvo de protestos na África do Sul

País é um dos países escolhidos para testagem, ao lado do Brasil; manifestantes acusam 'manipulação'

A escolha da África do Sul como um dos países que testará a vacina da Universidade de Oxford contra o novo coronavírus gerou protestos em Joanesburgo. A informação é da agência de notícias Associated Press.

O motivo da manifestação seria o medo de que os sul-africanos estejam sendo “manipulados”, disse à AP Phapano Phasha, organizadora do protesto. “Primeiro garantam que a vacina funciona em outros lugares, para depois trazê-la para a África”, afirmou.

O protesto reuniu algumas dezenas de pessoas na última quarta (1) na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo.

Alerta de lockdown da África do Sul, onde duas mil pessoas participam de testes para vacina (Foto: Wikimedia Commons)

Resistência à vacina

O presidente da aliança global para a vacinação Gavi, Seth Berkley, já havia alertado para o “pior sentimento anti-vacina” que já testemunhou no continente, em encontro virtual da União Africana no último dia 24.

A responsável pelo teste na universidade, Helen Rees, explicou em comunicado que é essencial a testagem da em diferentes partes do mundo antes de ser levada ao público em larga escala.

“Isso permite a avaliação da eficácia e da segurança das vacinas candidatas em um contexto global”, explicou a especialista. Rees é conselheira da OMS (Organização Mundial da Saúde) na área de vacinação.

Os testes serão realizados em duas mil pessoas, em um convênio com a universidade sul-africana. O Brasil também está testando a imunização no mesmo número de pessoas, com auxílio da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

A vacina já foi testada no Reino Unido, onde é elaborada em uma parceria da Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca. Por lá, quatro mil foram testados.

O próximo país a testar a imunização será os EUA, onde o experimento terá 30 mil participantes.

Se tudo der certo, a farmacêutica anglo-sueca pretende iniciar a comercialização da vacina entre setembro ou outubro deste ano.

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