Timor-Leste, Moçambique e Portugal estão entre as prioridades da OMS até 2027

Tedros Ghebreyesus destaca avanços dos três países no setor de saúde, mas diz que ainda há problemas sérios que merecem atenção, como a pólio

Genebra acolhe até 7 de fevereiro a 152ª sessão do Conselho Executivo da OMS (Organização Mundial da Saúde). As cinco prioridades do diretor-geral Tedros Ghebreyesus para os próximos cinco anos são promover, prover, proteger, fortalecer e atuar em favor da saúde. Falando aos participantes, ele citou algumas ações em Timor-Leste, Moçambique e Portugal.

Em relação à promoção, o chefe da agência da ONU destacou ser um alvo que requer abordar as causas profundas das doenças. Este passo é “essencial para atingir a marca de um bilhão de pessoas beneficiadas por melhor saúde e bem-estar”.

Um dos marcos ocorreu no controle do tabagismo. Cerca de cem milhões de usuários tiveram apoio para parar de fumar em 2022. Mas outros 600 milhões querem parar de usar, mas precisam de ajuda.

Nesse campo, Timor-Leste foi mencionado por subir em cinco vezes o imposto sobre o tabaco, ao mesmo tempo em que aumentou as taxas sobre o álcool e introduziu impostos sobre o açúcar e as bebidas açucaradas.

Dentro da meta, o Ministério da Saúde de Moçambique, um dos países mais vulneráveis aos impactos das alterações climáticas, teve reforço da OMS para acompanhar melhor os riscos, impactos e coordenar ações de adaptação ao clima.

Paciente com HIV em Dili, no Timor Leste (Foto: Martine Perret/UN Photo)
Cobertura universal de saúde

Ainda na promoção da saúde no mundo, houve uma alta de 10% em cuidados maternos e neonatais, aleitamento exclusivo em bebês menores de seis meses. O índice atingiu 48% na última década, dos 50% definidos até 2025.

Para o fornecimento de saúde, a segunda prioridade, a OMS quer reorientar os sistemas para os cuidados primários para atingir a meta de um bilhão de pessoas se beneficiando da cobertura universal de saúde.

Quanto à terceira prioridade, a proteção da saúde, a performance visa a “reforçar a arquitetura global para preparação, resposta e resiliência a emergências”. Em 2022, a agência disse ter dado resposta a 72 ocorrências.

Portugal termina análise-piloto

No quarto alvo, o que prevê potencializar a saúde, a aposta na resposta global  inclui aplicar temas como pesquisa, inovação, dados, tecnologias digitais e parcerias.

Nesse campo, Portugal foi citado por terminar a fase-piloto da Revisão Universal de Saúde e Preparação sobre futuras pandemias. Na mesma situação estão República Centro-Africana, Iraque e Tailândia.

Já para chamar a atenção para o acompanhamento da pólio, Moçambique notificou cinco dos 20 casos globais de poliomielite selvagem em 2022. A situação teve mais episódios registrados no Paquistão e Afeganistão.

Na quinta prioridade, prevendo uma atuação mais robusta pelo setor da saúde, o chefe da OMS reiterou a busca por melhores resultados, capacidades e liderança. Ele falou da necessidade de fornecer mais apoio às instituições e detalhou a performance da agência em níveis local e internacional.

Vulnerabilidades das populações e dos sistemas

Um dos destaques do pronunciamento foi o desempenho durante a pandemia de Covid-19. Tedros Ghebreyesus disse que, a caminho do quarto ano, não há dúvidas de que a situação está muito melhor agora do que há um ano, no auge da onda Ômicron.

O chefe da agência alertou, no entanto, que desde o início de dezembro, as mortes relatadas têm aumentado a cada semana. Nas últimas oito, mais de 170 mil pessoas perderam a vida.

O diretor-geral destacou que, embora ainda não se possa controlar o vírus, pode-se fazer mais para lidar com vulnerabilidades das populações e dos sistemas de saúde.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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