Ação judicial coletiva nos EUA mira Irã, Síria e Coreia do Norte por apoio ao Hamas

Processo em nome de cem vítimas alega que os ataques de 7 de outubro não teriam ocorrido sem o apoio desses países

O principal órgão de vigilância contra o antissemitismo entrou com um processo na corte federal dos EUA em nome de mais de 100 vítimas do ataque terrorista de 7 de outubro em Israel e suas famílias. Eles estão acusando o Irã, a Síria e a Coreia do Norte de apoiarem o Hamas com recursos materiais no episódio que ficou conhecido como o “11 de Setembro” israelense. As informações são da rede CNN.

Se o processo tiver êxito, ele pode liberar fundos federais para as vítimas de terrorismo patrocinado pelo Estado. A ação foi movida na Corte Distrital dos EUA em Washington, na segunda-feira (1º), pela Liga Antidifamação (ADL, da sigla em inglês) e pelo escritório de advocacia Crowell & Moring.

“Este processo histórico visa responsabilizar o Irã, a Síria e a Coreia do Norte por fornecerem apoio ao Hamas, facilitando o pior ataque ao povo judeu desde o Holocausto”, disse Jonathan Greenblatt, CEO da ADL.

Combatente do Hamas durante o ataque a rave em outubro do ano passado (Foto: WikiCommons)

O processo apresenta evidências publicamente disponíveis que detalham o histórico de apoio do Irã, Síria e Coreia do Norte ao Hamas: Teerã, uma aliada de longa data do grupo militante palestino, forneceu treinamento, armas e apoio financeiro; Damasco ofereceu treinamento e financiamento; e Pyongyang contribuiu com armas e técnicas de escavação de túneis.

O processo afirma que o Hamas não teria conseguido realizar os ataques de 7 de outubro na festa Universo Paralello, a cerca de 300 metros da Faixa de Gaza, que foi interrompida pelo ataque terrorista do Hamas, que mataram mais de 1,2 mil pessoas e resultaram no sequestro de mais de 250, sem o apoio desses países. Um mês após os ataques, um documento recuperado de um computador encontrado em uma caminhonete do Hamas fora de Gaza, obtido pela CNN de autoridades israelenses, revelou que o Irã estava buscando oferecer treinamento técnico para ajudar o Hamas a produzir suas próprias armas.

A Lei de Justiça para Vítimas de Terrorismo Patrocinado pelo Estado dos EUA de 2015 estabeleceu um fundo destinado a ajudar vítimas e familiares de vítimas falecidas após decisões judiciais em tribunais distritais dos EUA.

Greenblatt reconheceu a improvável resposta de Irã, Síria e Coreia do Norte às acusações em um tribunal federal. Ele destacou que o processo é crucial para responsabilizar pelo apoio ao Hamas e combater esforços de minimização do ataque de 7 de outubro por ativistas anti-Israel.

Arsenal global

O Hamas conseguiu reunir um arsenal diversificado poderoso em sua guerra contra o Estado judeu. Ele inclui rifles de precisão do Irã, fuzis AK-47 de China e Rússia, granadas lançadas por foguetes da Coreia do Norte e Bulgária, além de foguetes antitanque montados secretamente em Gaza.

Essas armas foram contrabandeadas apesar de um bloqueio de 17 anos destinado a impedir tal acumulação militar. Uma análise feita pela agência Associated Press (AP) no início deste ano, com base em mais de 150 vídeos e fotos de combate, destaca a variedade e a origem internacional do armamento utilizado pelo grupo militante durante o conflito.

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