O governo norte-americano prepara um pacote de 15 sanções que serão impostas a autoridades venezuelanas ligadas ao presidente Nicolás Maduro. A informação, divulgada pela rede Bloomberg, se segue à apreensão pelos EUA de um avião usado pelo autoritário líder e ao pedido de prisão feito por um juiz venezuelano contra o candidato de oposição Edmundo González Urrutia.
As sanções, que está sendo preparadas pelo Departamento do Tesouro norte-americano, são uma reação às ações de indivíduos acusados de “obstruir a realização de eleições presidenciais livres e justas” na Venezuela, ocorridas no dia 18 de julho. O presidente alega ter vencido o pleito, apesar dos indícios de irregularidade.
Maduro celebrou a vitória alegando que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) concedeu a ele 51% dos votos. Porém, a oposição classificou o anúncio como fraudulento e contestou o resultado, afirmando que na verdade foi Urrutia quem venceu a eleição, com 70% dos votos.
Na sequência, Washington anunciou reconhecimento à vitória do opositor. “Dadas as evidências esmagadoras, está claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela em 28 de julho”, disse o Departamento de Estado em comunicado no dia 1º de julho.
Desde então, os EUA aumentaram a pressão sobre Maduro, o que levou a este mais recente pacote de sanções. Os alvos iniciais são autoridades militares acusadas de participação na violenta repressão aos protestos populares no país, com relatos de detenções arbitrárias e até assassinatos. Posteriormente, uma nova onda de punições tende a atingir os principais financiadores do regime.
Avião apreendido
Na segunda-feira (2), a rede CNN anunciou outra ação do governo norte-americano, que apreendeu um avião supostamente usado por Maduro como transporte oficial. A aeronave estava na República Dominicana e foi então levada ao estado da Flórida, nos EUA. O presidente dominicana Luis Abinader disse que o avião estava registrado “em nome de um indivíduo”, não do governo da Venezuela.
“Isso manda uma mensagem para o topo”, disse um dos agentes norte-americanos que participaram da apreensão. “Apreender o avião do chefe de estado estrangeiro é algo inédito para questões criminais. Estamos mandando uma mensagem clara aqui de que ninguém está acima da lei, ninguém está acima do alcance das sanções dos EUA.”