Em julho de 2025, o Brasil, enquanto anfitrião da 17ª cúpula do BRICS, que acontecerá no Rio de Janeiro, pode abandonar a proposta de criar uma moeda comum para o bloco. Segundo fontes governamentais que preferiram não se identificar, a decisão vem em resposta às ameaças de Donald Trump, presidente dos EUA, que prometeu impor tarifas aos países que abandonarem o dólar em suas transações comerciais. A informação foi divulgada inicialmente pelo site Watchers Guru.
Durante o encontro, que reunirá líderes de nove países, o Brasil pretende apresentar alternativas para reduzir a dependência do dólar, embora já tenha sinalizado que não seguirá adiante com a ideia da moeda comum. Esse posicionamento do Brasil ocorre em um contexto onde apenas Rússia, China e Irã continuam a defender a agenda de desdolarização, principalmente como uma estratégia para contornar as sanções econômicas que têm afetado suas economias.

Ainda assim, a cúpula deve explorar outras opções de pagamentos alternativos que não envolvam diretamente o dólar, uma discussão que ganha contornos complexos com a recente recusa da Índia em participar da formação de uma nova moeda. O país tem mostrado preocupações de que a China possa estar usando o BRICS como uma plataforma para avançar suas ambições globais.
O impasse sugere rachaduras no bloco antes mesmo de uma decisão concreta sobre a moeda. Com alguns países ainda apoiando a ideia e outros rejeitando-a categoricamente, o futuro do BRICS como uma unidade econômica coesa parece cada vez mais incerto.
Este cenário coloca o Brasil em uma posição delicada, pois, ao mesmo tempo que busca fortalecer laços comerciais dentro do bloco, precisa manejar com cuidado as relações com os EUA, que permanecem um parceiro comercial estratégico.