Calote em US$ 500 mi põe Argentina em moratória técnica

Buenos Aires estende até 2 de junho limite para conversas com credores; país deve total de US$ 65 bilhões para entes privados e FMI

Incapacitada de pagar US$ 500 milhões em juros de três categorias de bônus devidas há um mês, cujo prazo final terminava nesta sexta, a Argentina entrou oficialmente em moratória técnica. É o nono calote da dívida soberana na história do país.

Os credores não devem impor sanções à Argentina e têm reconhecido que o país busca um acordo, segundo a Reuters. Um desses grupos, Ad Hoc, que inclui fundos como a BlackRock e a AllianceBernstein, detém US$ 16,7 bilhões em bônus argentinos.

Calote em US$ 500 mi põe Argentina em moratória técnica
O presidente argentino Alberto Fernández, ao centro, e sua vice Cristina Kirchner à direita, na cerimônia de posse em 2019 (Foto: Cámara de los Diputados)

Consequências do default

Buenos Aires agora corre para evitar novos defaults na negociação com os credores de seus US$ 65 bilhões em dívida. Sem pagamento, o país fica em moratória e pode se ver sem acesso aos mercados internacionais, seja para novos créditos ou para rolagem de dívida.

O país, que deve para bancos comerciais, fundos, entidades oficiais e para o FMI (Fundo Monetário Internacional), estendeu até 2 de junho as negociações por um acordo com entes privados.

O presidente Alberto Fernández tentou tirar o peso do calote desta sexta, afirmando que o país está “em default há meses. Não vamos submeter a Argentina a novos compromissos que não conseguimos cumprir”.

A atual oferta argentina é de um período de três anos de carência, ou seja, no qual não paga os valores e consegue se reestruturar para retomar os pagamentos.

Pede também um corte de 5,4% no principal e 62% nos juros e remuneração de 2,25% para novos bônus, com vencimento entre 2030 e 2047. Os bancos não aceitam: querem menor carência e maior remuneração. A proposta será reavaliada pelo governo argentino.

A parcela do Fundo Monetário nesta dívida é de US$ 44 bilhões. As negociações do débito com os credores privados, como os bancos comerciais, são separadas das do FMI.

Tags: