Países como Turquia, Líbano, Nigéria e Indonésia podem ficar sem acesso a parte dos dólares que precisam para pagar empréstimos, manter em pé o sistema bancário e fechar suas transações no setor externo nesse ano.
Isso a despeito de iniciativas do Federal Reserve, o banco central dos EUA, e do FMI (Fundo Monetário Internacional) para injetar liquidez no sistema internacional durante a crise do novo coronavírus, informou o “Financial Times” nesta segunda (18).
Esses países têm enfrentado um problema tripartite. Há fuga de capitais, queda nas receitas de exportação em moeda forte e paralisação total de importantes setores, como o de turismo.
O diário britânico cita casos de países que devem ter dificuldades para fechar suas contas correntes neste ano.
A Turquia tem obrigações de US$ 22,7 bilhões neste ano. Já a Argentina – enforcada pela sua dívida externa com o Fundo e com credores privados – tem débitos de US$ 20,8 bilhões para 2020.
Outros exemplos são Indonésia (US$ 16,7 bilhões), Colômbia (US$ 6,9 bilhões), Nigéria (US$ 8,4 bilhões) e África do Sul (US$ 8,3 bilhões).
Para Tim Ash, estrategista da área de gestão de ativos consultado pelo “FT”, “as linhas de crédito [propostas por nações desenvolvidas ou pelo Fundo] ajudam os países que não precisam de ajuda”.
O problema é antigo e se retroalimenta: os países se endividam e não conseguem captar dinheiro no exterior como deveriam. Já os bancos e credores oficiais não emprestam porque julgam a operação arriscada demais.