Canadá descarta terrorismo em ataque que matou 11, inclusive uma brasileira, em festival de rua

Motorista com histórico de problemas mentais foi acusado de homicídio após avançar sobre multidão em Vancouver

As autoridades do Canadá descartaram a possibilidade de terrorismo no atropelamento que deixou 11 mortos, inclusive uma cidadã brasileira, durante um festival da comunidade filipina em Vancouver, no sábado (26). O ataque, que também feriu cerca de duas dezenas de pessoas, algumas em estado crítico, chocou o país na véspera das eleições federais. O responsável, Kai-Ji Adam Lo, de 30 anos, foi preso ainda no local e já responde a oito acusações formais de homicídio em segundo grau, segundo a agência Associated Press (AP).

De acordo com a polícia de Vancouver, o suspeito tem um histórico de problemas de saúde mental, e novas acusações poderão ser apresentadas conforme o avanço das investigações. O atropelamento ocorreu pouco depois das 20h, quando o festival filipino conhecido como Lapu Lapu Day estava em pleno andamento em uma rua fechada no sul de Vancouver.

Testemunhas relataram que o SUV preto, um Audi, passou lentamente por uma barricada antes de acelerar contra a multidão que assistia a um show. Entre os mortos, estavam crianças, adultos e idosos, com idades entre 5 e 65 anos.

Cidade de Vancouver, no Canadá (Foto: Márcio Cabral de Moura/Flickr)

Os nomes das vítimas ainda não haviam sido divulgados, mas o portal G1 confirmou que uma brasileira está entre os mortos e a identificou como Kira Salim, que tinha 34 anos e vivia no Canadá há três. O Itamaraty manifestou “profunda tristeza e consternação” com o ocorrido, mas também não havia confirmado o nome da vítima até o início da manhã desta segunda-feira (28).

O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, suspendeu sua agenda de campanha e esteve no local do ataque no domingo (27), segundo a AP. “Na noite passada, famílias perderam uma irmã, um irmão, uma mãe, pai, filho ou filha. Essas famílias estão vivendo o pior pesadelo de qualquer família”, declarou Carney. Ele acendeu uma vela em homenagem às vítimas e prometeu apoio à comunidade. “Neste momento incrivelmente difícil, vamos consolar os enlutados, cuidar uns dos outros e permanecer unidos em um propósito comum.”

O evento onde aconteceu a tragédia celebrava o líder indígena Datu Lapu-Lapu, figura histórica nas Filipinas por resistir aos colonizadores espanhóis no século 16. A festividade estava em sua segunda edição em Vancouver, cidade que abriga mais de 38 mil residentes de origem filipina, segundo dados do censo de 2021.

O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., também manifestou solidariedade e informou que o governo acompanha o caso. “O Consulado-Geral das Filipinas em Vancouver está trabalhando com as autoridades canadenses para garantir que o incidente seja completamente investigado e que as vítimas e suas famílias recebam apoio e conforto”, afirmou em nota.

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