O embaixador da China no Uruguai, Wang Gang, manifestou uma “atitude aberta” de Beijing com todo o Mercosul e interesse em um acordo comercial “bilateral ou em bloco” com o Uruguai, Argentina, Paraguai e Brasil quando “todos estiverem prontos”. A informação é do portal MercoPress.

A tentativa de aproximação aconteceu na quinta (6) enquanto negociadores de Montevidéu e Beijing discutiam em um fórum virtual sobre a probabilidade do país sul-americano atrair mais investimentos chineses.

Um dia antes, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, gerou polêmica ao insinuar que a origem da Covid-19 seria uma “nova guerra química” perpetrada pela China. “Opomo-nos firmemente a qualquer tentativa de politizar e estigmatizar o vírus”, respondeu o porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin.

As participação chinesa nas exportações do Mercosul disparou nas últimas décadas, de 2% em 2000 para 22% em 2018. Os países do bloco também importaram mais produtos desde o início do milênio: as importações de produtos chineses passaram 3% para 19% do total, conforme o instituto alemão Ifo.

Uruguai prioriza China

O Uruguai, por outro lado, classificou a China como um “parceiro prioritário”. “A China é o nosso principal parceiro comercial”, disse a vice-diretora de Assuntos Econômicos Bilaterais, Gabriela González. “Queremos continuar trabalhando nessa área e aprofundá-la”.

Importadores chineses foram responsáveis por comprar um quarto de todos os pedidos de exportação do Uruguai entre janeiro e abril de 2021. O valor em negócios chegou a US$ 658 milhões – mais de R$ 3,4 bilhões.

O embaixador chinês em Montevidéu sinalizou que o Uruguai deve entrar na iniciativa Cinturão da Rota da Seda – programa de investimento global em infraestrutura. O país também tem expectativas de alavancar o turismo chinês em seu território, apontou a agência estatal de Beijing Xinhua.