CIA usa as redes sociais na tentativa de recrutar espiões em nações hostis

EUA buscam chineses, norte-coreanos e iranianos dispostos a compartilhar informações de interesse do governo norte-americano

A CIA (Agência Central de Inteligência) publicou em várias redes sociais e na dark web uma convocação em línguas estrangeiras na tentativa de recrutar espiões em nações hostis. De acordo com a rede NBC News, os alvos são cidadãos de China, Irã e Coreia do Norte, convocados a entrar em contato com a agência norte-americana caso queiram compartilhar informações de interesse.

Para atingir seus alvos em potencial, o governo norte-americano publicou instruções em farsi, idioma falado no Irã e em nações vizinhas, mandarim, língua predominante na China, e coreano. Os textos orientam os eventuais interessados para que consigam entrar em contato com a agência de inteligência norte-americana sem gerar represálias dos autoritários governos de seus próprios países.

Logo da CIA na sede da agência de inteligência dos EUA (Foto: CIA/divulgação)

“Pessoas estão tentando nos contatar de todo o mundo e estamos oferecendo a elas instruções sobre como fazer isso com segurança”, disse a CIA em um comunicado divulgado na quarta-feira (2). “A segurança daqueles dispostos a nos contatar ao redor do mundo é de suma importância para nós, e queremos que eles o façam da forma mais segura possível.”

A CIA adotou tal medida após o sucesso de uma campanha semelhante voltada a cidadãos russos, que Washington considerou um sucesso. “Nossos esforços nessa frente foram bem-sucedidos na Rússia e queremos ter certeza de que indivíduos em outros regimes autoritários saibam que estamos abertos para negócios”, disse a agência.

Aos eventuais interessados, a CIA faz orientações como não usar o computador de casa ou do trabalho, usar o modo privado do navegador, excluir pesquisas e históricos de navegação e usar o navegador Tor, que tem proteção criptografada, ou um serviço VPN confiável que não seja sediado na Rússia, no Irã, na China ou em outra nação hostil aos EUA.

Caso o espião obtenha sucesso na entrega das informações, elas serão analisadas pela agência, que pode ou não responder ao remetente. “O processo de avaliação de cada mensagem pode levar tempo. Com base em nossa avaliação da sua situação de segurança, a CIA pode não responder”, diz o comunicado.

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