Coalizão militar liderada pelos EUA enfrentará ameaça houthi no Mar Vermelho

Ataques contra navios comerciais levou grandes empresas a mudarem as rotas de transporte, comprometendo a cadeia global de suprimentos

Os frequentes ataques dos Houthis a embarcações civis no Mar Vermelho têm gerado problemas para o comércio internacional, com navios forçados a buscar rotas alternativas para evitar os mísseis disparados pelos rebeldes do Iêmen. A solução encontrada pelas forças ocidentais, sob a liderança dos EUA, foi a formação de uma coalizão militar para enfrentar a ameaça, como relatou a rede CNN.

Na segunda-feira (18), o secretário de Defesa norte-americano Lloyd Austin anunciou a criação de uma força-tarefa de dez países que se concentrará em enfrentar os “os desafios de segurança no sul do Mar Vermelho e no Golfo de Aden, com o objetivo de garantir a liberdade de navegação para todos os países e reforçar a segurança e a prosperidade regionais.”

Além dos EUA, também farão parte das operações Reino Unido, Bahrein, Canadá, França, Itália, Holanda, Noruega, Seicheles e Espanha.

USS Milius, contratorpedeiro da Marinha dos EUA (Foto: Damian Gadal/Flickr)

“Anuncio hoje o estabelecimento da Operação Guardião da Prosperidade, uma nova e importante iniciativa de segurança multinacional sob a égide das Forças Marítimas Combinadas e a liderança da sua Força-Tarefa 153, que se concentra na segurança no Mar Vermelho”, disse Austin em comunicado do Departamento de Defesa.

O mais recente ataque dos Houthis atingiu o petroleiro Swan Atlantic, que pediu socorro pelo rádio após ser alvo de um drone armado e de um míssil balístico. De acordo com as forças norte-americanas que atenderam ao chamado, ambos foram disparados de território ocupado pelos rebeldes no Iêmen, que na sequência atacaram uma segunda embarcação.

“A recente escalada de ataques imprudentes dos Houthis originários do Iêmen ameaça o livre fluxo do comércio, põe em perigo marinheiros inocentes e viola o direito internacional”, afirmou Austin. “O Mar Vermelho é uma via navegável crítica que tem sido essencial para a liberdade de navegação e um importante corredor comercial que facilita o comércio internacional.”

Ao justificarem os ataques, os rebeldes iemenitas alegam que os navios atingidos são ligados a Israel. As hostilidades vinham forçando uma mudança de hábitos das embarcações comerciais, a ponto de a British Petroleum (BP) ter anunciado na segunda que todas as remessas de petróleo pelo Mar Vermelho seriam temporariamente interrompidas, segundo a rede CBS News.

De acordo com a agência Al Jazeera, o Egito e a Jordânia podem ser adicionados à coalizão em breve, pois igualmente têm interesse em garantir a passagem segura de seus navios. A Arábia Saudita, que é parte das Forças Marítimas Combinadas citadas por Austin, já enfrenta os Houthis na guerra do Iêmen e estaria perto de firmar um pacto de cessar-fogo com eles, por isso tende a não se envolver.

Aproximadamente 12% do comércio global passa pelo Mar Vermelho, ligado ao Mar Mediterrâneo pelo Canal de Suez. As ações dos Houthis, que levaram outras gigantes além da BP a interromper o trânsito pela região, impuseram custos mais elevados e atrasos nas entregas de energia, alimentos e bens de consumo em geral, com muitos navios optando por rotas através da África.

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