Navio comercial e destróier dos EUA são atacados no Iêmen, diz Pentágono

Episódio amplia o alerta da ameaça enfrentada por navios que transitam por um dos corredores comerciais mais significativos do mundo

No domingo (26), as forças armadas dos EUA informaram que dois mísseis balísticos foram lançados do território iemenita controlado pelos rebeldes Houthis em direção a um navio de guerra norte-americano no Golfo de Aden.

O incidente ocorreu após a Marinha norte-americana responder a um chamado de socorro feito por um navio-tanque comercial vinculado a Israel, que havia sido apreendido por cinco indivíduos armados. O episódio destaca a crescente ameaça enfrentada por embarcações que atravessam um dos corredores comerciais mais cruciais do mundo, segundo reportagem do Financial Times.

Entretanto, de acordo com o comunicado do Comando Central dos EUA (Centcom) divulgado nesta segunda-feira (27), os dois mísseis aterrissaram a vários quilômetros de distância tanto do Central Park, a embarcação alvo dos invasores, quanto do navio de guerra USS Mason.

USS Mason (Foto: U.S. Naval Forces Europe-Africa/U.S)

O Centcom informou que o Central Park, um transportador de petróleo e produtos químicos com bandeira da Libéria, foi abordado por agressores desconhecidos. Em resposta, o USS Mason perseguiu a pequena embarcação utilizada pelos cinco indivíduos em fuga, resultando na sua captura.

Segundo o porta-voz do Pentágono, general Pat Ryder, de acordo com as normas e leis marítimas internacionais, todos os navios nas proximidades são obrigados a prestar ajuda e suporte em caso de sinal de socorro. Ryder destacou que, apesar de três navios da Marinha Chinesa estarem nas proximidades, nenhum respondeu, embora estejam lá como parte de uma missão antipirataria, segundo repercutiu a rede CNN.

Posteriormente, nesta segunda-feira, o Pentágono afirmou que os agressores pareciam ser piratas somalis, em vez de rebeldes do movimento Houthi. Ryder acrescentou: “Continuamos a avaliar, mas as indicações iniciais são de que os envolvidos são somalis”, acrescentando que o incidente está claramente relacionado à pirataria.

Águas perigosas

O incidente ocorre após o grupo rebelde Houthi, associado ao Irã, lançar vários ataques contra interesses dos EUA e Israel na região, desde os ataques do Hamas em 7 de outubro. Esses eventos alimentam crescentes preocupações de que o conflito entre Israel e o Hamas possa se expandir pela região.

Na semana passada, o grupo anunciou a captura de um navio de carga no Mar Vermelho, conduzindo-o para a costa iemenita. A embarcação, de propriedade de propriedade britânica e operada por japoneses, não tinha cidadãos israelenses a bordo, segundo Tel Aviv. O porta-voz militar dos insurgentes, Yahya Saree, afirmou que a operação foi coordenada pela Marinha do Iêmen,

Na ocasião, o grupo rebelde iemenita declarou seu compromisso em continuar capturando navios israelenses até que os ataques à Faixa de Gaza sejam interrompidos.

Os Houthis estão envolvidos em conflitos armados no Iêmen, incluindo confrontos com o governo central e outros grupos rebeldes. Uma das principais fontes de tensão tem sido a marginalização percebida dos Houthis no cenário político e econômico do Iêmen. Em 2014, os insurgentes capturaram a capital iemenita, Sanaa, e outras áreas, levando a um conflito mais amplo que envolve intervenção militar de países vizinhos.

Tags: