Estratégias dos EUA para responder ao ataque na Jordânia recebem sinal verde

Contraofensiva vem após ataque de drones que resultou na morte de três soldados norte-americanos e deixou 40 feridos

Os EUA aprovaram planos para realizar uma série de ataques ao longo de vários dias no Iraque e na Síria, tendo entre os alvos pessoal e instalações do Irã. A ação será uma retaliação aos ataques com drones e foguetes direcionados às forças norte-americanas na região, especialmente ao que ocorreu no último domingo (28) que resultou na morte de três soldados e feriu pelo menos outros 40 em uma base militar na Jordânia, próxima à fronteira síria. As informações são da rede CBS News.

O secretário de Defesa Lloyd Austin afirmou que os EUA “não tolerarão” ataques contra suas tropas, destacando um “momento perigoso” no Oriente Médio e fazendo menção à guerra contínua de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza e às ações dos rebeldes Houthis, do Iêmen, no Mar Vermelho.

Ele disse que Washington trabalhará para evitar uma escalada, mas tomará todas as atitudes necessárias para “defender o país, seus interesses e seu povo”, respondendo “quando, onde e como escolherem”.

Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em fotografia de 2021 (Foto: WikiCommons)

A responsabilidade pelo ataque à base conhecida como Torre 22 foi atribuída à Resistência Islâmica no Iraque, um grupo guarda-chuva que abrange diversas facções armadas xiitas linha dura, com apoio do Irã 

As condições meteorológicas serão um fator determinante para os ataques planejados pelos EUA, segundo autoridades. Embora as forças norte-americanas possam realizar ataques em situações adversas, preferem boa visibilidade para evitar atingir civis inadvertidamente.

Desde que o Kataib Hezbollah, uma milícia apoiada pelo Irã, anunciou a suspensão de operações militares contra as forças norte-americanas na quarta-feira (31), não foram registrados novos ataques na região. Não há indicação de que o cessar-fogo declarado pelo grupo esteja atrasando os ataques retaliatórios dos EUA, de acordo com as autoridades.

Austin reagiu à declaração do grupo durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira (1º), enfatizando “a importância das ações em comparação com as palavras.”

O Irã tem negado consistentemente qualquer responsabilidade pelos ataques às forças americanas, classificados pelo governo Biden como realizados por grupos proxy iranianos – organizações que atuam em nome de outra, exercendo influência ou realizando ações em benefício de um poder maior, sem uma conexão direta com esse poder.

Teerã também alertou que um ataque ao território ou pessoal iraniano aumentaria a tensão na região, sem garantir a segurança das forças dos EUA.

Barril de pólvora

Possíveis novos ataques dos Estados Unidos podem agravar a tensão em uma região já tumultuada pela guerra em curso de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza. O conflito teve início com um ataque do grupo terrorista ao Estado judeu em 7 de outubro, resultando em cerca de 1,2 mil mortes e mais de 250 reféns.

Desde então, os ataques israelenses mataram mais de 26 mil palestinos e deslocaram quase 2 milhões de pessoas, gerando revolta no mundo muçulmano.

A violência se espalhou pelo Oriente Médio, com o Irã atacando alvos no Iraque, Paquistão e Síria, e os Estados Unidos realizando operações aéreos contra os rebeldes Houthis do Iêmen devido aos seus ataques a navios no Mar Vermelho.

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