Na contramão das exportações da América Latina, a Costa Rica aumentou em 72,4% a sua venda de café para o exterior, o maior número em três anos, informou o Icafe (Instituto do Café da Costa Rica), no último dia 1.
Já o principal exportador da América Central, Honduras, não acompanhou o ritmo do vizinho. Dados do Ihcafe (Instituto Hondurenho do Café) mostram queda de 42,4% nas exportações ante o mesmo período de 2019.
“Acreditamos que os compradores têm pouco estoque de cafés finos e que as pessoas estão bebendo mais café durante a pandemia de Covid-19”, disse a diretora da associação setorial costarriquenha, Xinia Chaves, à Reuters.
Já Honduras teve baixa na produção local após a redução de preços do grão no mercado mundial. O país, conhecido pelo café de qualidade mediana, vendeu cerca de 157 mil sacas em agosto. No ano passado, o mesmo mês registrou pouco mais de 272 mil sacas de café exportados.
“Os preços fizeram com que muitos produtores abandonassem as safras. Também tivemos uma estiagem que prejudicou as fazendas”, explicou o diretor executivo da Ihcafe, o honudrenho Miguel Pon.
Mercado exportador
Desde que Brasil e Vietnã registraram superprodução de café, em 2016, os preços do grão tiveram forte redução. Uma leve recuperação foi registrada antes do início da pandemia.
Os resultados da última safra na Costa Rica, que rendeu 11,5% de crescimento em relação à anterior, e o avanço dos embarques para compradores internacionais, foram cruciais para o aumento da exportação.
Só em agosto, mais de 98,3 mil sacas de 60 quilos foram enviadas ao exterior. No mesmo mês, em 2019, a exportação foi de cerca de 41,3 mil sacas. O volume supera todas as vendas do ciclo do café, que iniciou em outubro do ano passado.
Raridade na América Latina, a Costa Rica teve resultados positivos nas exportações de maneira geral. De acordo com o Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), a saída de produtos agrícolas registrou um tímido crescimento de 0,9% mesmo durante a pandemia.