Governo dos EUA alerta para riscos de avanço nuclear do Irã

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca declarou que há sinais de debate interno no Irã sobre a revisão de sua doutrina nuclear, com autoridades iranianas sugerindo a necessidade de considerar o desenvolvimento de armas nucleares

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, expressou preocupação no domingo (23) com a possibilidade de o Irã avançar no desenvolvimento de armas nucleares, aproveitando seu momento de vulnerabilidade. Em entrevista à emissora CNN, a autoridade informou que está repassando à equipe do presidente eleito Donald Trump informações sobre os riscos relacionados ao programa nuclear iraniano. As informações são da Reuters.

Nos últimos anos, a posição do Irã na região foi enfraquecida devido a uma série de eventos. Entre eles, destacam-se os ataques de Israel contra aliados do país, como o grupo palestino Hamas e o Hezbollah no Líbano, além do fim do regime de Bashar al-Assad, presidente da Síria, que mantinha estreita colaboração com Teerã. Paralelamente, ataques israelenses a instalações militares iranianas, incluindo fábricas de mísseis e sistemas de defesa aérea, reduziram significativamente as capacidades convencionais das forças armadas do Irã.

Bandeira iraniana (Foto: Adam Jones/Flickr)

Sullivan declarou que há sinais de debate interno no Irã sobre uma possível revisão de sua doutrina nuclear, apontando para declarações de autoridades iranianas que sugerem a necessidade de considerar o desenvolvimento de armas nucleares. O governo de Teerã, no entanto, mantém a posição oficial de que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos.

Desde 2018, quando os Estados Unidos se retiraram do acordo nuclear de 2015, o Irã tem ampliado o enriquecimento de urânio. O pacto, assinado entre Teerã e grandes potências mundiais, estabelecia restrições ao programa nuclear iraniano em troca do alívio de sanções econômicas.

Jake Sullivan alertou para o risco de o Irã romper com seu compromisso de não construir armas nucleares e afirmou que o governo atual está vigilante sobre a situação. Ele também mencionou que consultou Israel, principal aliado dos EUA na região, sobre o tema.

Com a posse de Trump marcada para 20 de janeiro, há expectativa de que o próximo governo norte-americano adote uma política mais rígida em relação ao Irã, possivelmente ampliando as sanções à indústria petrolífera iraniana.

No entanto, Sullivan também destacou a possibilidade de Trump buscar um acordo diplomático com Teerã, aproveitando o estado enfraquecido do país para negociar um pacto de longo prazo que limite suas ambições nucleares.

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