Após relatar supostos ataques à sua embaixada em Ottawa, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia convocou o embaixador canadense e emitiu um protesto contra a agressão, disse o órgão governamental em comunicado nesta segunda-feira (19). As informações são da rede Radio Free Europe.
De acordo com Oleg Stepanov, embaixador da Rússia no Canadá, uma pessoa não identificada jogou um coquetel molotov no terreno da embaixada no começo da madrugada do dia de 12 de setembro e fugiu. Além disso, ele relatou que manifestantes “agressivos” bloquearam a entrada da seção consular do prédio.
“O lado russo exige medidas imediatas para garantir a devida segurança das entidades russas no exterior, bem como de seus funcionários e membros de suas famílias”, disse o comunicado, acrescentando que o artefato não explodiu, não houve feridos e nem foram registrados danos à propriedade.
Stepanov disse que um vídeo do incidente foi enviado à polícia canadense, porém, as autoridades locais alegaram que não estavam ciente da ocorrência, segundo noticiou a rede Canadian Broadcasting Corporation.
O Ministério das Relações Exteriores do Canadá, por meio de uma porta-voz, disse que as autoridades estão conduzindo uma investigação para apurar o assunto.
“Sabemos que os canadenses estão chocados com as últimas imagens de Izyum”, disse Adrien Blanchard em comunicado, citando a cidade ucraniana onde foi encontrada uma vala comum com cerca de 450 corpos, falando em nome da chefe da pasta, Melanie Joly. “É por isso que não pouparemos esforços para responsabilizar [o presidente russo Vladimir] Putin e seus cúmplices por seus crimes de guerra”.
As relações entre Ottawa e Moscou estão estremecidas desde que as tropas russas invadiram a Ucrânia no dia 24 de fevereiro. Entre as medidas punitivas, o Canadá fechou seu espaço aéreo para aeronaves russas, proibiu navios russos de usarem portos e águas canadenses, proibiu a venda de itens de luxo e proibiu os bancos canadenses de realizar transações com o banco central da Rússia.
Além disso, em abril, o Parlamento canadense, em votação unânime, aprovou uma moção que reconhece como genocídio as ações das tropas da Rússia na Ucrânia.
A moção lista diversas abusos cometidos por tropas russas no país invadido, sobretudo o assassinato intencional de civis. Cita, ainda, a profanação de cadáveres, o envio forçado de crianças ucranianas ao território russo, estupro e casos generalizados de outras formas de violência física e psicológica.