Mulheres indígenas grávidas sofrem com falta de transporte no Panamá

Morando em regiões afastadas, muitas estão com os cuidados obstétricos atrasados ou perderam atendimento médico

Mulheres indígenas grávidas estão correndo riscos de saúde por causa da suspensão do transporte público no Panamá, segundo o Unfpa (Fundo de População das Nações Unidas). A restrição foi imposta para tentar frear a disseminação do novo coronavírus.

Muitas estão com os cuidados obstétricos atrasados ou perderam atendimento médico na região de Ngäbe Buglé desde que a pandemia chegou no país, já que o serviço adequado é muito longe de suas casas.

“Dizemos às mulheres para evitarem o parto em casa, porque se houvesse uma complicação, elas estariam longe dos postos de saúde”, afirmou Ana de Obaldía, que trabalha para o Unfpa na região.

Mulheres indígenas grávidas sofrem com falta de transporte no Panamá
Saúde de mulheres grávidas é prejudicada durante pandemia do coronavírus (Foto: Osman Esquivel López/ UNFPA)

Com a pandemia, a falta de transporte tornou-se mais um risco para as mulheres grávidas. Para o Unfpa, os ganhos conquistados na região podem ser perdidos.

A entidade trabalha há 15 anos na região. Entre suas funções estão a conscientização sobre a importância de cuidados com a saúde materna e melhorias no dia a dia do cuidado pré-natal por parte dos profissionais de saúde.

As medidas vinham funcionando. Houve aumento no número de consultas pré-natais e partos em instituições de saúde, apontam as autoridades locais.

A pandemia tem mudado esse cenário. De janeiro a abril, 60 partos aconteceram em uma clínica da região de Ngäbe Buglé, contra 105 do mesmo período do ano passado. Em outra clínica, o número caiu de 89 para 50 de 2020 para 2019.

Segundo dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta sexta (12), o Panamá havia registrado 17,8 mil casos confirmados de coronavírus e 413 mortes causadas pela doença.

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