O colombiano Alex Saab Morán, suposto operador financeiro do presidente da Venezuela Nicolás Maduro, foi preso nesta sexta (13) em Cabo Verde. O empresário era investigado pelo seu país e pelos EUA por lavagem de dinheiro.
Segundo o jornal “El País“, Saab viajava de Caracas ao Irã. A aeronave foi interceptada durante uma escala para abastecimento no aeroporto do Sal, na cidade de Espargos, em Cabo Verde.
Ao portal cabo-verdiano Expresso das Ilhas, o procurador-geral da República Luís José Landim afirmou que o país é membro da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) e, por isso, tinha a obrigação de deter Saab.
Landim afirmou esperar um pedido de extradição do colombiano, embora o arquipélago, próximo à costa africana, não tenha acordo formal neste sentido com os EUA.
O cerco a Saab vinha se fechando desde 2018, quando se tornou foragido do governo da Colômbia.
Em setembro de 2019, foi a vez do Departamento do Tesouro dos EUA impor sanções. Washington congelou os bens e empresas de Saab e de seus irmãos Amir Luis e Luis Alberto, abertas na Colômbia, na Itália e no Panamá.
O Departamento do Tesouro acusa o colombiano de “facilitar que Nicolás Maduro e seu regime ilegítimo lucre de forma corrupta com a importações de auxílio alimentar e sua distribuição na Venezuela.”
Ainda segundo as investigações conduzidas por Washington, “o regime usa o programa [de distribuição de alimentos] como meio de controle social para recompensar apoio político e punir críticos.”
Acusações
Saab recebeu do governo venezuelano contratos milionários, que chegam a US$ 340 milhões, para abastecer mercados estatais, subsidiados pelo governo, criados após uma leva de expropriações.
Chegou a ser o principal fornecedor dos chamados CLAPs (Comitês Locais de Abastecimento e Produção), que distribuíam cestas básicas e alimentos de baixa qualidade para a população.
Na Colômbia, Saab é acusado de lavagem de dinheiro de cartéis do tráfico local. No último dia 9, Bogotá impôs mais um congelamento dos bens e empresas do empresário, no valor de US$ 9,7 milhões. A informação é do portal colombiano Efecto Cocuyo.
A Venezuela afirma que a prisão é “ilegal” porque Saab goza de imunidade diplomática, “em trânsito como agente do Governo Bolivariano”.