Taleban discute normalização das relações com os EUA em reunião com enviados de Trump

Reunião tratou de relações bilaterais, situação de cidadãos, investimentos no Afeganistão e ocorreu após a libertação de um americano sequestrado

O Taleban anunciou no sábado (13) que discutiu a normalização das relações entre o Afeganistão e os Estados Unidos em um encontro com representantes do governo Trump. As informações são da Scripps News.

De acordo com comunicado divulgado pelo grupo, o ministro das Relações Exteriores do regime, Amir Khan Muttaqi, reuniu-se com Adam Boehler, enviado especial para assuntos de reféns, e com Zalmay Khalilzad, diplomata norte-americano que participou das negociações com Cabul.

A Casa Branca, por sua vez, não emitiu nota oficial nem respondeu a pedidos de comentário sobre o encontro.

O Taleban publicou fotos da reunião (Foto: Gabinete do Vice-Primeiro-Ministro para Assuntos Econômicos do Afeganistão/Reprodução X)

Segundo a nota do Taleban, foram tratadas “formas de desenvolver as relações bilaterais entre os dois países, questões ligadas aos cidadãos e oportunidades de investimento no Afeganistão”. A delegação norte-americana teria ainda manifestado condolências pelas vítimas do terremoto que atingiu o leste do país no fim do mês passado.

A reunião ocorreu dias após a libertação do cidadão americano George Glezmann, sequestrado em 2022 durante uma viagem turística ao Afeganistão. Ele foi o terceiro detido libertado pelo grupo desde o início do governo Trump. O encontro também se deu em meio às críticas do Taleban à proibição de viagens imposta pelo ex-presidente, que restringia a entrada de afegãos nos Estados Unidos.

O Afeganistão desperta interesse internacional por sua vasta riqueza mineral. Estima-se que o país possua reservas significativas de cobre, ferro, lítio e terras raras, insumos estratégicos para setores como tecnologia e energia renovável. Esse potencial econômico faz com que os EUA busquem garantir espaço em futuras negociações, ao mesmo tempo em que procuram evitar que rivais, como China e Rússia, assumam o controle desses ativos valiosos.

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