O governo dos Estados Unidos anunciou que apoiará a Argentina com uma linha de swap cambial (acordo entre dois bancos centrais para trocar moedas temporariamente), mas descartou injetar financiamento direto na economia do país. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, classificou o presidente argentino Javier Milei como um “farol” para a América do Sul, afirmando que as reformas econômicas podem inspirar países vizinhos como Bolívia, Equador e, futuramente, a Colômbia. As informações são da Fortune.
Segundo Bessent, a iniciativa faz parte do interesse estratégico de Washington em manter estabilidade no hemisfério ocidental. Ele destacou que os EUA não querem que surjam novos “estados falidos” na região, citando a Venezuela como exemplo de crise que gera efeitos colaterais de segurança e combate ao narcotráfico.

O secretário ressaltou que o apoio se limita a uma linha de swap – um acordo entre bancos centrais para troca temporária de moedas, garantindo liquidez e estabilidade no mercado financeiro. Essa medida amplia a rede de segurança da economia argentina, mas não representa injeção direta de recursos.
Ceticismo nos mercados
Apesar da sinalização política, os mercados financeiros seguem cautelosos. O peso argentino voltou a cair nas últimas semanas, obrigando o governo local a vender dólares para conter a desvalorização. Além disso, os títulos em dólar com vencimento em 2035 registraram queda acumulada de seis dias, atingindo 51,45 centavos.
O economista-chefe do UBS, Paul Donovan, avaliou que o apoio dos EUA foi recebido como simbólico: “A paródia de Bessent de ‘custe o que custar’ foi recebida com um coletivo ‘tanto faz’ pelos mercados cambiais”.
Próximos passos
Bessent confirmou que o ministro da Economia argentino, Luis “Toto” Caputo, viajará a Washington nos próximos dias para avançar em negociações presenciais sobre novas formas de apoio.
No X, antigo Twitter, o secretário afirmou que destacou, em reunião com ministros de Finanças do G7, a “importância do sucesso das políticas econômicas de Milei para o povo argentino, para a região e para o G7”.