A ex-primeira-ministra de Bangladesh Sheikh Hasina, que na semana passada deixou o governo em meio a protestos populares, passou a ser investigada por homicídio. Um tribunal local a acusa, junto de outras seis autoridades, de envolvimento na morte de um homem pela polícia durante as manifestações. As informações são da rede Deutsche Welle (DW).
O caso teria ocorrido no dia 19 de julho, quando os protestos populares já haviam crescido, levando a uma violenta repressão por parte das forças de segurança a mando de Hasina. A vítima foi identificada como Amir Hamza, um comerciante morto a tiros pela polícia.
Por ordem do Tribunal Metropolitano de Daca, a polícia abriu uma investigação que atinge ainda o ex-ministro do interior Asaduzzaman Khan, o secretário-geral do partido de Hasina, Obaidul Quader, e quatro autoridades policiais nomeadas pela então primeira-ministra.
Os protestos começaram no início de julho por causa de um polêmico esquema de cotas de emprego proposto por Hasina. Em resposta, o governo fechou universidades e usou a polícia e as Forças Armadas para reprimir os manifestantes.
Com o tempo, as manifestações ganharam corpo, com relatos de mais de 300 mortos, o que tornou a situação de Hasina insustentável. Ela, então, usou um avião militar para fugir do país rumo à Índia, onde recebeu abrigo. Porém, a estada dela no país vizinho tende a ser curta, com o governo indiano temendo que uma permanência longa impacte nas relações diplomáticas do país com o futuro governo bengalês.
Por ora, o país terá um governo interino liderado por Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel, antigo rival político de Hasina e o preferido dos manifestantes para o cargo. Embora seja alvo de uma ação judicial e esteja atualmente em liberdade condicional, ele alega que o caso tem motivação política.
O filho de Hasina, por sua vez, diz que ela pretende retornar ao país tão logo o atual governo anuncie a realização de eleições.