O blogueiro azeri Huseyn Bakixanov foi encontrado morto nesta quinta-feira (29), em Tbilisi, capital da Geórgia, onde havia pedido asilo político. Ele era militante de oposição e sofria perseguição em seu país de origem, informa a Radio Free Europe (RFE).
Não há informações precisas sobre onde o corpo de Bakixanov foi encontrado. Segundo Avtandil Mammadov, parente de Bakixanov, e o jornalista investigativo Afqan Muxtarli, a polícia local disse que o blogueiro “pode ter sofrido uma queda em um prédio”.
A polícia de Tbilisi ainda não se pronunciou sobre o caso.
Em 12 de julho, Bakixanov publicou um vídeo em seu canal de dentro de uma ambulância, dizendo que cinco homens que ele conhecera três dias antes o atacaram no centro de Tbilisi.
“Não acredito que tenha sido um ataque aleatório, porque aconteceu apenas alguns dias antes de eu receber meu cartão de refugiado”, relatou Bakixanov na época, acrescentando que não tinha certeza sobre o envolvimento do governo do Azerbaijão no episódio.
Ameaças na prisão
Bakixanov foi preso em Baku, capital do Azerbaijão, durante um comício anti-governamental em 7 de maio. Ele foi então sentenciado a 15 dias de prisão. Após sua libertação, o blogueiro relatou que sofreu tortura da polícia quando foi detido e teria sido ameaçado de estupro enquanto cumpria pena.
Pouco depois, ele deixou o Azerbaijão rumo à Geórgia, onde continuou a militar através de seus canais em mídias sociais.
Militância antigovernista
Muxtarli reside na Alemanha desde março do ano passado, após ser libertado da prisão no Azerbaijão. A exemplo do colega morto, o jornalista também viveu exilado na Geórgia após fugir para o país vizinho em 2014, até ser sequestrado em Tbilisi no final de maio de 2017 e posteriormente transferido para sua terra natal.
Lá ele foi condenado a seis anos de prisão por acusações de contrabando e por ter cruzando ilegalmente a fronteira, além de agredir um funcionário do governo. O jornalista rejeita as acusações por motivos políticos.
Em março do ano passado, Muxtarli obteve sua libertação antecipada sob pressão internacional de grupos de direitos humanos e partiu imediatamente para a Alemanha, onde sua esposa vivia exilada na época.
O governo autoritário de Ilham Aliyev, no poder desde 2003, é denunciado por torturas e prisões políticas contra membros da oposição