China anuncia aumento de 7,2% no orçamento de defesa para 2025

Ampliação dos gastos com defesa supera a meta de crescimento econômico do país: 'A paz precisa ser salvaguardada com força'

A China anunciou na quarta-feira (5) um aumento de 7,2% nos gastos com defesa para 2025, mantendo a mesma taxa de crescimento dos dois anos anteriores. O orçamento militar do país foi fixado em 1,78 trilhão de yuans (US$ 244,99 bilhões), superando a meta de crescimento econômico chinês, estimada em aproximadamente 5% para o ano. As informações são da CNBC.

O aumento nos investimentos militares ocorre em meio a um cenário de reforço na segurança global. Na terça-feira (5), a União Europeia (UE) revelou um plano para mobilizar até 800 bilhões de euros (US$ 841 bilhões) com o objetivo de ampliar o apoio à Ucrânia, enquanto os Estados Unidos enfrentam incertezas sobre a continuidade da ajuda militar ao país.

Beijing tem mantido uma tendência de crescimento nos gastos com defesa ao longo dos últimos anos. Em 2024, o orçamento militar aumentou 7,2%, chegando a 1,67 trilhão de yuans, mesma taxa de crescimento registrada no ano anterior. Em 2022, o aumento foi de 7,1%, e em 2021, de 6,8%, segundo dados oficiais.

Veículos militares carregam mísseis balísticos intercontinentais DF-5B durante um desfile em Beijing (Foto: WikiCommons)

Questionado sobre a ampliação do orçamento, Lou Qinjian, porta-voz da terceira sessão do 14º Congresso Nacional do Povo, afirmou que “a paz precisa ser salvaguardada com força”. Ele ressaltou ainda que os gastos militares da China representam menos de 1,5% do PIB, percentual inferior à média global.

Apesar disso, o país permanece como o segundo maior investidor em defesa no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que destinaram US$ 850 bilhões ao setor para 2025.

Além dos investimentos na área militar, os gastos chineses com segurança pública terão um aumento de 7,3% neste ano, um salto significativo em relação ao acréscimo de apenas 1,4% registrado no ano passado, conforme indicam os documentos oficiais divulgados pelo governo.

A corrida armamentista com os EUA é apenas uma justificativa indireta para o alto investimento militar chinês. Por trás desses números está Taiwan, uma questão territorial sensível para Beijing. A queda de braço com o Ocidente devido à pretensa autonomia da ilha gera um ambiente tenso, com a ameaça crescente de uma invasão pelo ELP a fim de anexar formalmente o território taiwanês.

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