Quatro cidadãos chineses foram detidos em Bangkok, na Tailândia, por tentarem retirar documentos confidenciais do local onde um edifício desabou na semana passada, após o forte terremoto que atingiu Mianmar e teve reflexo em países vizinhos. A tentativa de acesso não autorizado ocorreu em uma área isolada pelas autoridades devido à gravidade da tragédia, que deixou dezenas de mortos e feridos no país vizinho. As informações são do jornal Hindustan Times.
Segundo o portal tailandês The Nation, que primeiro publicou a informação, os homens foram flagrados retirando 32 arquivos de documentos do prédio da Controladoria Geral do Estado, o único arranha-céu que colapsou em Bangkok por causa dos tremores. A estrutura fazia parte de um projeto de construção com financiamento chinês e desabou em poucos segundos após o terremoto de magnitude 7,7.

A polícia local informou que os documentos removidos incluíam plantas e registros técnicos da obra. O major-general Nopasin Poolswat confirmou à imprensa que os suspeitos entraram na área restrita sem autorização e estavam em posse de materiais sensíveis ligados à construção do edifício.
Durante a investigação, um dos detidos apresentou um visto de trabalho válido e alegou ser gerente do projeto de construção. Os outros três afirmaram trabalhar como subcontratados da empresa responsável pela obra. De acordo com os relatos fornecidos às autoridades, os arquivos estavam armazenados no canteiro de obras e seriam necessários para o processo de reivindicação junto à seguradora.
Apesar das explicações, os quatro homens foram formalmente acusados de violar a ordem pública por entrarem em zona de desastre sem permissão e por retirarem documentos classificados como sensíveis. Os papéis foram recuperados e seguem sob custódia policial.
O desabamento do edifício aumentou a pressão sobre a empresa chinesa envolvida no projeto, que já havia sido alvo de críticas por falhas em construções anteriores. O episódio também acendeu um alerta sobre os protocolos de segurança em obras civis, o manejo de dados sigilosos em áreas afetadas por desastres e o cumprimento das normas de emergência por parte das empreiteiras.