Combate à Covid-19 leva parque da Disney na China a impedir saída de visitantes

Visitantes foram impedidos de sair até que recebessem o resultado de um teste para detecção do vírus

O parque temático da Disney em Xangai, na China, fechou as portas nesta segunda-feira (31) em função de medidas de combate à Covid-19. O curioso é que os visitantes que estavam no local no momento do anúncio foram impedidos de sair até que recebessem o resultado de um teste para detecção do vírus. As informações são da agência Reuters.

O anúncio de fechamento do parque ocorreu às 11h39 do horário local, com a expectativa de somente reabrir quando uma autorização do governo fosse emitida. Vídeos que passaram a circular na internet mostram o que seriam pessoas correndo em direção aos portões, que já estavam trancados.

Então, testes de Covid-19 foram feitos em todos os visitantes que estavam lá dentro, com a permissão de que fossem embora somente quando tivessem um resultado negativo em mãos. Os serviços internos foram mantidos em funcionamento durante o período.

Visitantes que tenham passado pelo parque anteriormente, desde o dia 27 de outubro, também receberam ordens do governo para realizar três testes contra a Covid-19 em três dias consecutivos.

Antes, os administradores do parque haviam anunciado que passariam a operar com uma equipe reduzida, de forma e minimizar a chance de propagação do vírus. Três casos foram detectados no local no domingo (30).

No início deste ano, o parque ficou fechado por mais de três meses. Já o fechamento das portas com os visitantes impedidos de sair ocorreu em outros dois dias anteriormente, ambos no mês de novembro de 2021. Na ocasião, havia mais de 30 mil pessoas no local.

Fachada do castelo do parque da da Disney em Xangai (Foto: WikiCommons)
Por que isso importa?

Beijing tem adotado uma severa política de combate ao coronavírus, com relatos de milhares de cidadãos trancados em casa durante períodos longos e empresas impedidas de funcionar, impactando duramente nas vidas das pessoas e na economia do país.

Há relatos de chineses que morreram durante os períodos de confinamento por falta de atendimento médico para doenças diversas da Covid-19 e até de fome, devido à impossibilidade de sair de casa para obter alimento.

Em maio, Tedros Ghebreyesus, chefe da OMS (Organização Mundial de Saúde), contestou a política “Zero Covid” de Beijing, o que levou o governo a censurá-lo. Declarações dadas por ele foram excluídas de ao menos dois canais, o serviço de microblogs Weibo e o aplicativo de mensagens WeChat.

A autoridade de saúde disse não aprovar a radical política chinesa de trancar a população em casa, uma iniciativa que começou em Xangai, durou seis semanas e se repetiu em outras cidades do país em meio à rápida disseminação da variante Ômicron.

“Quando falamos sobre a estratégia ‘Zero Covid’, não achamos que seja sustentável, considerando o comportamento do vírus agora e o que prevemos no futuro”, disse o chefe da OMS. “Discutimos esta questão com especialistas chineses e indicamos que a abordagem não será sustentável. Acho que uma mudança será muito importante”.

Em abril, a ONG Human Rights Watch (HRW) alertou para os danos que o confinamento vem causando a seus cidadãos, particularmente em Xangai. “As autoridades de Xangai impuseram medidas draconianas de bloqueio desde março de 2022, que impediram significativamente o acesso das pessoas a cuidados de saúde, alimentos e outras necessidades vitais”, disse a entidade na ocasião.

No caso específico de Xangai, há relatos de pessoas que morreram porque não foram autorizadas a sair de casa sequer para realizar tratamento médico de doenças crônicas que enfrentavam. E de crianças que foram separadas de seus pais porque um ou mais integrantes da família testaram positivo para Covid-19. Muitos cidadãos teriam ficado sem comida em casa, devido à longa duração do bloqueio, que os pegou desprevenidos.

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