Covid-19 causou pelo menos 14,9 milhões de mortes diretas ou indiretas, diz OMS

Variável inclui mortes diretas associadas à Covid-19 ou óbitos indiretos devido ao impacto da crise nos sistemas de saúde

A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou que cerca de 14,9 milhões de pessoas em todo o mundo morreram como resultado direto ou indireto da Covid-19. Os dados correspondem ao período entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021, e esses números representam um total quase três vezes maior do que o anunciado oficialmente. 

Até agora, a OMS havia contabilizado 5,4 milhões de óbitos que foram relatados à agência da ONU pelas autoridades sanitárias de todo o mundo. Mas, com os números divulgados nesta quinta-feira (5), são acrescidos mais 9,5 milhões de mortes subnotificadas. 

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, diz considerar os dados preocupantes porque “não apenas apontam para o impacto da pandemia, mas também para a necessidade de todos os países investirem em sistemas de saúde mais resilientes, que possam sustentar serviços essenciais durante crises, incluindo sistemas de informação mais fortes.” 

O chefe da OMS destacou que a agência está empenhada “em trabalhar com todos os países para fortalecer seus sistemas de informação de saúde e gerar melhores dados para melhores decisões e melhores resultados.” 

Trabalhadores da saúde levam paciente contaminada com Covid-19 para hospital de Guwahati, ao extremo leste da Índia, em abril de 2021 (Foto: Unicef/Biju Boro)
Sistemas de saúde sobrecarregados

O cálculo do excesso de mortalidade é obtido através da diferença entre o número geral de mortes registradas e o número que seria esperado na ausência da pandemia, com base em dados de anos anteriores. A variável inclui mortes diretas associadas à Covid-19 ou óbitos indiretos devido ao impacto da crise nos sistemas de saúde e na sociedade.  

Nas mortes indiretamente ligadas ao coronavírus, são consideradas condições de saúde nas quais as pessoas não tiveram acesso à prevenção ou ao tratamento, porque os sistemas do setor foram sobrecarregados pela pandemia.  

A estimativa de mortes em excesso também pode ser influenciada por óbitos evitados na crise devido aos menores riscos de determinados eventos, como menos acidentes automobilísticos ou acidentes de trabalho em função de as pessoas não saírem de casa.

De acordo com a OMS, a maioria das mortes em excesso, ou 84%, está concentrada no Sudeste Asiático, na Europa e nas Américas. Apenas dez países em todo o mundo apresentam cerca de 68%.  Economias de renda média respondem por 81% das 14,9 milhões de mortes em excesso. Destas, cerca de 53% em nações de rendas média baixa e 28% em países de renda média alta durante os 24 meses da análise. 

As estimativas para o período em análise consideram o excesso de mortalidade por idade e sexo. O maior número de vítimas fatais foi de homens, 57%, e 43% para o sexo feminino. Grande parte eram idosos.  

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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