Em um ano, número de refugiados rohingya no Sudeste Asiático mais que triplicou

Organização Internacional para Migrações diz que no ano passado foram quase 3,3 mil chegadas a Indonésia, Malásia e Tailândia

Nos últimos meses, o número de refugiados rohingya que chegaram ao Sudeste Asiático por rotas marítimas e terrestres aumentou drasticamente. A minoria de origem muçulmana afirma ser alvo de uma perseguição sistêmica em Mianmar.

De acordo com a Organização Internacional para Migrações (OIM) no ano passado foram quase 3,3 mil chegadas a Indonésia, Malásia e Tailândia.  Na comparação com 2021, a alta representa o triplo de entradas.

Os refugiados fazem trajetos perigosos em busca de uma vida melhor fora dos acampamentos superlotados em Bangladesh. Outras razões são o aumento da criminalidade nesses campos e a falta de oportunidades de educação e trabalho.

Somente nos primeiros 23 dias deste ano, foram registradas 300 chegadas. Com isso, a agência da ONU está ampliando suas operações para dar assistência aos refugiados. A diretora regional da OIM para a Ásia e o Pacífico, Sarah Lou Ysmael Arriola, disse que, desde o início da crise dos refugiados rohingya, a OIM tem sido firme em fornecer o apoio humanitário necessário.

Refugiados rohingya de Mianmar no principal campo de refugiados de Bangladesh, Cox’s Bazar, em agosto de 2018 (Foto: Unicef/Patrick Brown)

Na Indonésia, o principal destino, a OIM atua com o governo, ONGs parceiras e a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) para facilitar o acesso a serviços básicos. Proteção e serviços de saúde são fornecidos, incluindo saúde mental, além da reforma de abrigos temporários, abastecimento de água, acesso a alimentos, saneamento e gestão de resíduos.

Além disso, as equipes da OIM fazem sessões de informação na língua rohingya para alertar sobre riscos ligados ao contrabando e tráfico de seres humanos, violência de gênero e exploração e abuso sexual.

Na Tailândia, a agência oferece serviços de saúde e outras assistências. Já na Malásia, a OIM oferece dinheiro para o aluguel a ameaças de despejo que os refugiados rohingya enfrentam.

Em agosto de 2017, uma onda de violência forçou mais de 700 mil rohingyas a fugir de suas casas em Mianmar e procurar abrigo em Bangladesh, o país vizinho que hoje abriga o maior assentamento de refugiados do mundo em Cox’s Bazar.

As décadas anteriores já haviam sido marcadas por discriminação sistêmica e violência direcionada. Quase um milhão de refugiados permanecem em campos super lotados, com muitos outros embarcando em jornadas perigosas para países vizinhos.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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