Naufrágio matou 17 rohingyas na costa de Mianmar, segundo agência da ONU

Um barco deixou Sittwe, no Estado de Rakhine, em Mianmar, e naufragou devido ao mau tempo no sábado, segundo a Acnur

A Acnur (Agência da ONU Para Refugiados) lamentou a morte de 17 rohingyas, incluindo crianças, na costa de Mianmar no fim de semana. Relatórios iniciais sugerem que um barco deixou Sittwe, no Estado de Rakhine, na quinta-feira (19), e naufragou devido ao mau tempo no sábado (21).

Pelo menos 17 pessoas teriam morrido, com relatos de corpos encontrados na costa. “A última tragédia mostra mais uma vez a sensação de desespero dos rohingyas em Mianmar e na região”, disse Indrika Ratwatte, diretor da Acnur para a Ásia e o Pacífico. “É chocante ver um número crescente de crianças, mulheres e homens embarcando nessas perigosas jornadas e eventualmente perdendo suas vidas.”

Em Mianmar, a Acnur busca mais informações sobre os sobreviventes que chegaram à costa, a fim de avaliar sua situação.

Na última década, milhares de rohingyas partiram por mar dos campos de refugiados em Cox’s Bazar, Bangladesh, e Rakhine State, em Mianmar.

“As causas profundas dessas jornadas mortais precisam ser abordadas”, disse Ratwatte. “Além disso, todos os países da região devem se unir para garantir o resgate e o desembarque de todos aqueles em perigo no mar”.

Naufrágio matou 17 rohingyas na costa de Mianmar, segundo agência da ONU
Refugiados rohingyas em acampamento em Cox’s Bazar, em Bangladesh (Foto: KM Asad/UN Photo)

A Acnur reitera seu alerta de que “o fracasso coletivo em agir continuará a levar a consequências trágicas e fatais. É imperativo agir contra criminosos, contrabandistas e traficantes que atacam os mais vulneráveis”.

Inundações em Bangladesh

Enquanto isso, grandes inundações em Bangladesh colocaram 1,5 milhão de crianças em risco de doenças, afogamento e desnutrição, disse o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

A agência da ONU diz que está trabalhando com o governo e parceiros da sociedade civil para responder às necessidades mais urgentes das famílias do nordeste, fornecendo água potável, kits de higiene, leite terapêutico e kits de aprendizagem para jovens que não podem ir à escola.

Mais de quatro milhões de pessoas em cinco regiões foram afetadas pela subida das águas. Os mais atingidos viram terras agrícolas e infraestrutura crítica submersas, incluindo usinas de energia e escolas.

Casos de diarreia, infecção respiratória e doença de pele foram relatados, de acordo com uma atualização do Unicef, e pelo menos três crianças morreram devido a raios. A conscientização sobre os perigos do afogamento também é fundamental para a resposta da comunidade.

Centenas de escolas foram fechadas, comprometendo ainda mais a educação das crianças. Após 18 meses de fechamentos relacionados ao Covid-19 nos últimos anos, as crianças estão novamente perdendo o aprendizado, acrescentou a agência.

“O dano a vidas, casas e escolas é de partir o coração. Neste desastre, como em muitos outros, as crianças são as mais vulneráveis. O Unicef está no terreno para proteger as crianças e satisfazer as suas necessidades urgentes, apoiando o governo e trabalhando em estreita colaboração com os nossos parceiros locais”, disse Sheldon Yett, representante da agência em Bangladesh.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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