Especialista pede que autoridades sauditas permitam acesso da família a ativista preso

Mohammad Al-Qahtani protestou repetidamente contra os maus-tratos na prisão em que está cumprindo sua sentença

A família e os advogados de um ativista saudita preso, que supostamente está sendo mantido incomunicável, devem ter acesso imediato a ele, disse a relatora especial da ONU sobre a situação dos defensores de direitos humanos, Mary Lawlor, na quarta-feira (9).

Lawlor emitiu uma declaração expressando sua crescente preocupação com a saúde e a vida de Mohammad Al-Qahtani, membro fundador da Associação Saudita de Direitos Civis e Políticos, que foi dissolvida em 2013.

Ele foi condenado a uma década de prisão naquele mesmo ano por supostamente fornecer informações falsas a fontes externas, incluindo mecanismos de direitos humanos da ONU.

“Estou preocupado com relatos de que sua família perdeu a comunicação com Mohammad Al-Qahtani desde 23 de outubro de 2022, depois de registrar uma queixa sobre ataques a ele por outros presos”, disse Lawlor. “Peço às autoridades relevantes na Arábia Saudita que informem sua família sobre seu paradeiro e estado atual de saúde e permitam o acesso de sua família e advogados”.

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman (Foto: Divulgação/WTO)

O Relator Especial está em contato com as autoridades sobre o caso.

Al-Qahtani protestou repetidamente contra os maus-tratos na Prisão Reformatória Al-Ha’ir na capital Riad, onde está cumprindo sua sentença. O defensor de direitos humanos reclamou de ataques de outros presos desde maio, mas as autoridades recusaram seu pedido de transferência.

Lawlor disse estar seriamente preocupada com o uso da detenção incomunicável, pois representa uma violação dos direitos dos detidos sob o direito internacional.

“Tais métodos suscitam sérias preocupações com a integridade pessoal dos detidos, pois correm um risco maior de serem submetidos a maus-tratos e tortura quando todos os contatos com o mundo exterior são bloqueados”, acrescentou ela.

Relatores especiais são nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para monitorar e relatar situações específicas de países ou questões temáticas. Esses especialistas em direitos humanos são independentes de qualquer governo e operam em sua capacidade individual. Eles não são funcionários da ONU e não recebem salário pelo seu trabalho.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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