A indústria da China tornou-se uma ameaça à economia global. A afirmação foi feita pelo ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, em entrevista à rede Bloomberg. Segundo ele, a União Europeia (UE) e os EUA agem isoladamente para combater o problema, mas uma solução mais eficiente depende de uma ação coordenada.
“Temos um problema com o modelo econômico pelo qual a China produz mais e mais dispositivos industriais baratos, porque isso poderia ser uma ameaça não só para a UE, não só para os EUA, mas para a economia mundial global”, disse Le Maire.
Nos últimos dias, representantes do G7, grupo das maiores economias democráticas do mundo, se reuniram na Itália e colocaram a China como um dos focos do debate. O encontro se seguiu ao anúncio do presidente norte-americano Joe Biden de que novas tarifas serão impostas sobre produtos chineses, entre eles veículos elétricos, células solares e baterias.
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Ao justificar a taxação, Biden citou a ação de Beijing para estimular suas empresas, “despejando dinheiro estatal” a ponto de tornar a competição injusta. Nas palavras do chefe de Estado norte-americano, “não é competição, é trapaça.”
Na reunião do G7, realizada na cidade italiana de Stresa, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, citou justamente os produtos taxados por Biden. Segundo a agência Associated Press (AP), a produção chinesa de painéis solares, semicondutores e carros elétricos excede as necessidades globais e “ameaça a existência de empresas concorrentes tanto no G7 como nos países em desenvolvimento.”
Como Le Maire, Yellen disse que ações isoladas não bastam para combater a atuação de Beijing. É necessária uma ação integrada para mostrar ao governo chinês que ele “enfrenta um muro de oposição a esta estratégia que está seguindo.”
Os representantes do G7 adotaram tom semelhante ao de Biden e citaram a China nominalmente, de acordo com a Bloomberg. Na reunião, os ministros da Economia dos sete países ali representados se comprometeram a “responder às práticas prejudiciais” e a “considerar a tomada de medidas para garantir condições de concorrência equitativas.”
Como Washington, a UE também vai aplicar tarifas mais altas aos produtos chineses, tomando como base as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). A medida europeia tende a ser menos dura que a norte-americana, mas Le Maire promete ser igualmente eficiente. “Não se engane quanto à determinação dos países da UE e a determinação francesa”, disse ele.