Forças de Mianmar lançam ataques aéreos contra guerrilheiros de minorias étnicas

Bombardeios aéreos ocorrem contra grupos armados das etnias Karen e Kachin, ao norte e leste de Mianmar

Forças da junta militar que governa Mianmar desde o golpe de 1º de fevereiro estão lançando ataques aéreos contínuos contra guerrilheiros de minorias étnicas. O alerta foi emitido por relatórios locais nesta quarta (28).

Conforme a Associated Press, que teve acesso aos documentos, os combates ocorrem diariamente nas regiões norte, controlada pela minoria Kachin, e leste do país, onde domina a etnia Karen. Os grupos são contrários aos militares que tomaram o poder do país após a prisão de Aung San Suu Kyi e outros líderes da oposição.

Forças de Mianmar lançam ataques aéreos contra guerrilheiros de minorias étnicas
Casas atingidas pelos bombardeios da junta militar de Mianmar no estado de Karen em abril de 2021 (Foto: Reprodução/Twitter/@DandanieMyanmar)

O coronel Naw Bu, porta-voz de Kachin, afirmou que os embates contra as forças do governo se intensificaram depois que os militares usaram caças e artilharia pesada para atacar uma base militar do grupo na montanha Alaw Bum. A posição era um posto avançado do governo, mas foi capturada pelo grupo em 25 de março.

No leste do país, aeronaves do governo iniciaram os ataques aéreos depois que guerrilheiros Karen invadiram uma base do exército nas margens do rio Salween, que separa Mianmar e Tailândia. Ao todo, foram seis ataques aéreos com jatos e helicóptero e cerca de 300 aldeões fugiram pela fronteira.

Protestos pacíficos e confrontos armados

O Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários apontou que os embates entre ambos os lados aumentaram desde fevereiro, com cerca de 50 confrontos armados. Em 27 de março, jatos de Mianmar bombardearam aldeias Karen. A maioria dos civis já deixou a região, relatou o porta-voz Naw Bu.

Os Kachin e os Karen lutam há décadas por uma maior autonomia do governo. As etnias mantêm suas próprias unidades militares bem armadas e soldados treinados. A última onde de ataques, porém, aumentou os temores de que mais civis abandonem a região e tentem entrar na Tailândia.

A tomada de poder da junta militar birmanesa ainda gera marchas não violentas em todo o paí,s apesar do uso de violência para repreender a população. Desde o golpe, mais de 850 civis foram mortos nos protestos, segundo levantamento da ONU (Organização das Nações Unidas).

Tags: