Índia demite três oficiais após míssil disparado acidentalmente atingir o Paquistão

Militares envolvidos foram dispensados após serem responsabilizados pelo incidente com um míssil BrahMos em março deste ano

A Força Aérea Indiana disse na terça-feira (23) que três oficiais foram demitidos pelo governo após dispararem acidentalmente um míssil contra o Paquistão, um episódio ocorrido em março. As informações são da rede CNN.

O incidente, que não fez vítimas, foi tratado de forma diplomática, sem a costumeira turbulência que caracteriza a relação entre Nova Délhi e Islamabad, que vivem tensão militar na Caxemira, região disputada entre os vizinhos que dispõem de armamento nuclear.

Em 2021, especialistas militares já haviam alertado para o risco de acidentes ou erros de cálculo por parte das forças dos rivais históricos, que já travaram três guerras desde a independência do Reino Unido em 1947 e estiveram envolvidos em inúmeros confrontos armados menores, normalmente conectados a questões que envolvem a Caxemira, destruída por décadas de conflitos.

BrahMos, um míssil supersônico de capacidade nuclear (Foto: WikiCommons)

“Um Tribunal de Inquérito, criado para estabelecer informações sobre o caso, incluindo apurar a responsabilidade pelo incidente, descobriu que o desvio do procedimento operacional padrão por três oficiais levou ao disparo acidental do míssil”, esclareceu em nota a Força Aérea indiana.

O míssil, disparado em 9 de março, foi um BrahMos, um supersônico de capacidade nuclear desenvolvido pela Rússia e pela Índia, com um alcance entre 300 e 500 quilômetros. 

Apesar de o incidente ter sido relativizado, o Ministério das Relações Exteriores paquistanês convocou o encarregado de negócios da Índia em Islamabad para apresentar um protesto contra o que classificou como “violação não provocada de seu espaço aéreo”. Além disso, argumentou que o incidente poderia ter colocado em risco voos de passageiros e vidas civis.

O Paquistão alertou a Índia “para estar atenta às consequências desagradáveis ​​de tal negligência e tomar medidas efetivas para evitar a recorrência de tais violações no futuro”.

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