Kim Jong-un condena cooperação militar entre EUA, Japão e Coreia do Sul e promete reforço nuclear

Líder norte-coreano alertou para as consequências da aliança ocidental e reafirmou apoio à Rússia na guerra contra a Ucrânia

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, criticou a aliança militar entre Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, acusando-a de desestabilizar a região e aumentar as tensões. Em resposta, ele anunciou planos para fortalecer ainda mais as forças nucleares da Coreia do Norte. As informações são da Reuters.

Durante uma visita ao Ministério da Defesa no último sábado (8), em comemoração ao aniversário da fundação do Exército norte-coreano, Kim afirmou que as ações militares dos EUA e seus aliados estão criando um desequilíbrio na segurança regional. Segundo a agência estatal KCNA, o ditador destacou que a implantação de ativos nucleares e os exercícios conjuntos estão representando uma “grave ameaça”.

“A RPDC não deseja tensões desnecessárias na região, mas tomará contramedidas sustentadas para garantir o equilíbrio militar”, declarou Kim, fazendo menção à sigla RPDC, que se refere à República Popular Democrática da Coreia, nome oficial do país.

Kim Jong-un supervisiona míssil norte-coreano (Foto: KCNA News/divulgação)
Resposta dos EUA e do Japão

Na sexta-feira anterior à declaração de Kim, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reuniu-se com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba. Após o encontro, Trump garantiu que manterá o diálogo com a Coreia do Norte, reconhecendo as preocupações em relação ao programa nuclear do país.

Apesar das promessas de diálogo, Kim reafirmou sua intenção de avançar no desenvolvimento de forças nucleares. “A política do país em relação à defesa nuclear permanece inabalável”, afirmou ele, conforme reportado pela KCNA.

Apoio à Rússia

O líder norte-coreano também expressou apoio à Rússia no conflito contra a Ucrânia. “O exército e o povo da RPDC apoiarão firmemente a justa causa do exército e do povo russo na defesa de sua soberania, segurança e integridade territorial”, declarou Kim, mencionando o tratado de parceria estratégica entre Coreia do Norte e Rússia.

Em meio a esse cenário, autoridades sul-coreanas afirmaram no mês passado suspeitar que a Coreia do Norte estaria enviando mais tropas para apoiar a Rússia, somando-se aos cerca de 11 mil soldados já enviados ao conflito.

Críticas aos exercícios militares dos EUA e Coreia do Sul

Em um comunicado separado, também divulgado pela KCNA no domingo, o governo norte-coreano criticou as manobras militares conjuntas realizadas entre Estados Unidos e Coreia do Sul ao longo deste ano. O regime alertou que tais ações poderão gerar “consequências indesejadas”.

“Qualquer um pode prever nossa reação ao fato de que eles realizaram exercícios de guerra ainda mais intensos do que antes, justamente em um momento em que agendas diplomáticas estavam sendo canceladas devido à instabilidade política”, afirmou a KCNA.

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