Kremlin confirma monitoramento de negociações para base militar turca no Azerbaijão

Aliados, Azerbaijão e Turquia anunciaram a construção na terça (15); Moscou mantém estrutura com Armênia

O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov confirmou nesta sexta (18) que a Rússia monitora de perto a negociação da Turquia para instalar uma base militar no Azerbaijão. O registro é do portal Euronews.

A estrutura, anunciada na terça-feira, teria como objetivo estabilizar a situação no sul do Cáucaso após a escalada do conflito em Nagorno-Karabakh, no final do ano passado. A base ficaria na cidade de Shusha, território conquistado pelos azeris nos confrontos contra a Armênia.

Kremlin confirma monitoramento de negociações para base militar turca no Azerbaijão
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em conferência de imprensa em Moscou, Rússia, dezembro de 2012 (Foto: Divulgação/Kremlin)

Questionado, Peskov afirmou que a “atenção especial” na base do Azerbaijão se dá pelo fato de a Turquia ser um membro da Otan (Organização Tratado Atlântico Norte). Segundo ele, este já seria motivo para a Rússia “tomar medidas para garantir a segurança e interesses”.

Com relações desgastadas, a Otan acusa a Rússia de tentar desestabilizar o Ocidente, enquanto Moscou assinala que a aliança tenta interferir nos assuntos internos do país.

No pronunciamento, Peskov afirmou que autoridades russas estão em contato com a Turquia para “estabilizar a situação”. A frágil trégua entre Baku e Yerevan quase se dissolveu por completo em maio, quando forças azeris capturaram seis soldados armênios que teriam entrado no país sem autorização.

Disputas geopolíticas

Moscou, que tem as antigas nações soviéticas do sul do Cáucaso como seu “quintal geopolítico”, viu as relações com a região estremecerem durante a tentativa de cessar-fogo no conflito histórico entre Armênia e Azerbaijão.

A entrada da Turquia nas negociações acelerou as tratativas em favor dos azeris e aumentou a influência de Ancara na região. As tropas russas, porém, continuam em Nagorno-Karabakh e mantêm uma base militar na Armênia.

O confronto em Nagorno-Karabakh se estendeu por 44 dias no final de 2020 e deixou centenas de mortos na região disputada. O cessar-fogo veio quando a Armênia decidiu ceder às tratativas após se ver encurralada pelas forças azeris na capital regional, Stepanakert. O acordo tinha como objetivo encerrar mais de 30 anos de conflito.

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