Líder de facção do Estado Islâmico é morto pelas forças de segurança da Indonésia

Ali Kalora, líder do grupo Mujahideen da Indonésia Central, era o militante mais procurado do país

O militante jihadista mais procurado na Indonésia, Ali Kalora, líder do grupo Mujahideen da Indonésia Central (MIT, da sigla em inglês), uma facção do Estado Islâmico (EI), foi morto no sábado (18) em Jacarta pelas forças de segurança do país, informou o jornal The Jerusalem Post.

De acordo com um comunicado da polícia, o extremista morreu em uma troca de tiros durante operação conjunta que buscava por quatro membros do MIT em um vilarejo na ilha de Sulawesi. A ação policial também resultou na morte de outro militante da organização, Jaka Ramadhan.

Foram apreendidos um rifle M16, explosivos e dois facões, armamentos encontrados junto de outras evidências de atividade extremista.

Esquadrão de elite contraterrorismo da Indonésia “Densus 88” durante operação (Foto: Wikimedia Commons)

Kalora ascendeu à liderança do MIT em 2016, depois que as forças de segurança indonésias mataram o chefe anterior do grupo, conhecido como Santoso.

Antes de Kalora, Santoso era o militante número 1 da Indonésia, país com a maior população muçulmana do mundo. Ele foi um dos primeiros jihadistas no país a jurar fidelidade ao EI.

De acordo com as autoridades locais, o MIT estaria por trás de um atentado ocorrido em novembro de 2020 que matou quatro moradores de Sulawesi. O grupo não reivindicou a responsabilidade pelo ato.

Organização enfraquecida

Ouvido pela agência Reuters, Ridwan Habib, analista de terrorismo da Universidade da Indonésia, acredita que o MIT dificilmente irá sobreviver à morte de sua principal liderança, mas que seus integrantes, em fuga, deverão prosseguir nos confrontos contra as forças de segurança por questões ideológicas.

“Parte de sua ideologia é buscar a morte, porque acreditam que a morte os levará para o céu. Com a morte de seu líder, eles buscarão a morte também. Não tenho certeza se haverá um restabelecimento (do MIT) ou um novo líder eleito”.

A polícia prendeu no mês passado 53 militantes suspeitos de planejar um ataque no dia da independência da Indonésia. Os suspeitos teriam ligações com uma nova célula do grupo, a Jemaah Islamiyah (JI), organização baseada no país e considerada responsável por uma série de atentados anteriores.

O pior atentado extremista da história do país ocorreu em Bali em 2002, quando bombardeiros mataram 202 pessoas, a maioria turistas estrangeiros.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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