O governo das Maldivas decidiu romper definitivamente sua aliança militar histórica com a Índia e voltar-se para a China. Autoridades da pequena nação insular confirmaram na terça-feira (5) a assinatura de um pacto com Beijing e exigiram a saída de soldados indianos há anos estacionados no país. As informações são da rede Deutsche Welle (DW).
O acordo prevê que a China forneça, gratuitamente, “assistência militar”, segundo afirmou o Ministério da Defesa maldivo em seu perfil na rede social X, antigo Twitter. O governo local não deixou claros os termos do pacto, dizendo apenas que que ele estabelece “laços bilaterais mais fortes” entre os dois países.
O anúncio surge em meio ao aquecimento da disputa entre Índia e China por influência nas Maldivas. Nova Délhi considera Malé como parte de sua esfera de influência e vinha fornecendo assistência militar e de segurança ao país insular. Entretanto, isso mudou com a eleição do presidente Mohamed Muizzu, em novembro de 2023.
Muizzu, que desbancou o ex-presidente Ibrahim Solih no segundo turno da eleição presidencial, contou com o apoio de uma coalizão que mantém laços estreitos com Beijing. Em 2022, ele liderou a campanha “Fora Índia”, cujo objetivo central era expulsar os soldados indianos estacionados nas Maldivas, onde operam três aeronaves doadas por Nova Délhi.
Com o acordo entre Malé e Beijing, a expectativa é de que a Índia retire seus soldados até o dia 10 de maio, substituindo-os por civis que assumirão a mesma função de operar as aeronaves.
Nova base militar
Incomodada com o aumento da influência da China, um rival regional com quem tem um histórico de conflitos, a Índia anunciou no último sábado (2) a construção de uma nova base militar na ilha de Minicoy, parte do arquipélago de Lakshadweep, a 130 quilômetros das Maldivas.
Embora o plano surja num momento de tensões elevadas na região, a Marinha da Índia argumenta que a base faz parte de um projeto amplo e mais antigo para “aumentar gradativamente a infraestrutura de segurança nas ilhas estrategicamente importantes.”