Medalhistas da Coreia do Norte em Paris estão sob investigação por sorrirem em foto no pódio

O regime norte-coreano considera o sorriso dos atletas olímpicos em uma foto no pódio antipatriótico e pode puni-los por isso

Os dois medalhistas de prata da Coreia do Norte no tênis de mesa dos Jogos Olímpicos de Paris, Kim Kum-yong e Ri Jong-sik, estão sendo investigados pelo governo do país devido às fotos que tiraram no pódio. A dupla posou com os vencedores, da China, e os medalhistas de bronze, da Coreia do Sul, e agora passará por um processo de “avaliação ideológica”. As informações são do jornal Times of India.

Essas imagens, nas quais aparecem sorrindo com atletas sul-coreanos, geraram controvérsia na Coreia do Norte. Kum-yong, em particular, está sendo criticado por aparecer sorridente com os vizinhos, cujo país é classificado oficialmente como “inimigo” por Pyongyang.

Os norte-coreanos evitam conviver com os sul-coreanos e ainda mais tirar fotos juntos, devido às restrições impostas pelo regime comunista.

Mesa-tenista norte-coreana, foto meramente ilustrativa (Foto: WikiCommons)

Desde que retornou para casa em 15 de agosto, a equipe norte-coreana está passando por um mês de “limpeza” para se recuperar da “exposição à contaminação”, segundo o Daily NK. Essa “limpeza” seria um processo de avaliação ideológica em três etapas conduzido pelo Ministério do Esporte do país, com o objetivo de remover qualquer influência da cultura “não socialista” dos jogadores.

Os atletas norte-coreanos teriam recebido “instruções especiais” para evitar interações com sul-coreanos ou outros atletas estrangeiros durante os Jogos, sob pena de enfrentarem penalidades.

Episódios anteriores mostram que a desobediência pode resultar em punições severas. Por exemplo, após o desempenho ruim da equipe de futebol norte-coreana na Copa do Mundo de 2010, os jogadores foram submetidos a uma sessão pública de crítica que durou seis horas, e o treinador foi enviado para trabalhar em uma obra de construção civil.

A tensão na Península Coreana está elevada, com o líder norte-coreano Kim Jong-un aproveitando a guerra na Ucrânia para acelerar o desenvolvimento de armas e fazendo ameaças verbais de conflito nuclear contra Washington e Seul.

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