As autoridades do Paquistão devem proteger a liberdade religiosa da comunidade hindu que vive no país e permitir a construção de templos, afirma o grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional.
Os hindus constituem a maior minoria não-muçulmana do país, estimada entre 2% e 4% da população paquistanesa, de cerca de 212 milhões de habitantes.
O pedido ocorre após Islamabad ceder à pressão de uma campanha discriminatória, conduzida por partidos políticos, meios de comunicação e figuras religiosas, para deter a construção de um templo hindu na capital paquistanesa.
As paredes que limitavam o local onde o templo deveria ser construído foram depredadas por paquistaneses.
Para o grupo, a medida atual ameaça representar um revés nos avanços alcançados no ano passado. Em 2019, o Paquistão abriu um templo sikh em Kartarpu aos peregrinos da Índia.
Repressão
O chefe da Anistia Internacional no sul da Ásia, Omar Waraich, apontou que a liberdade religiosa aos hindus foi prometida pelo fundador do país, Muhammad Ali Jinnah.
Ainda segundo a Anistia Internacional, nos últimos anos, os hindus têm enfrentando uma marginalização crescente no país. Essa população têm sido acusada de blasfêmias, crime punido com pena de morte no Paquistão.
Há registros de ataques a templos e lojas ligadas à comunidade hindu, além de sequestros, conversões e casamentos forçados de centenas de mulheres jovens.
O primeiro-ministro do país, Imran Khan, assumiu compromissos de proteger minorias religiosas no Paquistão. Neste ano, ele afirmou que seria tratado com rigor quem tivesse como alvo cidadãos não-muçulmanos e seus locais de culto.