Um agente de polícia paquistanês foi morto por homens armados quando fazia a segurança de um centro de vacinação contra a poliomielite na região do Baluchistão, sudoeste do Paquistão, na terça-feira (25). As informações são da rede Gandhara.
Testemunhas afirmam que dois homens em uma motocicleta fizeram os disparos e conseguiram fugir. A equipe médica responsável pela vacinação escapou ilesa do ataque, de acordo com o agente de polícia Ghulam Asghar.
O ataque ocorreu em meio a uma nova campanha nacional de vacinação que visa a erradicar a pólio do Paquistão. É a quinta campanha do gênero realizada no país neste ano.
Embora nenhum grupo tenha assumido a autoria do ataque, facções extremistas costumam atacar equipes de vacinação sob o argumento de os imunizantes são parte de uma grande campanha ocidental para esterilizar as crianças muçulmanas.
O Paquistão registrou neste ano 20 novos casos de pólio desde abril, sendo um dos dois únicos países do mundo onde a doença ainda é endêmica. O outro é o vizinho Afeganistão.
A volta da polio
Neste ano, já foram registrados 29 casos da doença em todo o mundo, contra seis no ano passado, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde). Um pequeno número de casos foi notificado no sudeste da África ligados à cepa surgida no Paquistão.
Em locais com baixa cobertura de vacina, o vírus segue se espalhando, como em partes da África, da Ásia e da Europa, com novas ocorrências nos Estados Unidos, em Israel e no Reino Unido.
Para o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, os casos de pólio neste ano em países onde a doença já havia sido erradicada são um forte lembrete de que, se o dever de casa não for feito, a doença poderá ressurgir no mundo.
A fim de conter a ameaça, uma promessa de US$ 2,6 bilhões para acabar com a poliomielite foi feita por líderes de todo o mundo durante a Cúpula Mundial da Saúde, realizada em Berlim, na Alemanha. A Iniciativa Global para Erradicação da Pólio (GPEI, na sigla em inglês) vai de 2022 a 2026 e pretende vacinar 370 milhões de crianças anualmente, nos próximos cinco anos, e seguir com a vigilância em 50 países.