O ar tóxico da poluição matou 1,67 milhão de pessoas na Índia em 2019 – 400 mil a mais que em 2017. O número representa 18% das causas de óbito do país, apontou estudo publicado na revista The Lancet nesta segunda (21).
Razão para doenças pulmonares crônicas, infecções respitarórias, câncer de pulmão, derrames, diabetes, catarata, doenças cardíacas e neonatais, a má qualidade do ar já se tornou um problema de saúde pública.
Os números são preocupantes. Em 2017, a poluição foi a causa de 12,5% dos óbitos registrados. O maior impacto econômico per capita está na capital Nova Délhi.
Só em 2019, as mortes pelo ar tóxico somaram uma perda de US$ 36,8 bilhões – ou 1,36% do PIB (Produto Interno Bruto) do país de 1,3 bilhão de habitantes.
Há anos a cidade de 21,75 milhões de habitantes vive sob um céu obscurecido pela poluição. De acordo com a pesquisa, a taxa de mortalidade por poluição do ar doméstico caiu 64,2% entre 1990 a 2019.
Mas, ao mesmo tempo, a poluição de partículas ambientais mais que dobrou. Segundo o artigo, a qualidade do ar chegou a melhorar durante o período de bloqueio da Covid-19, mas aumentou novamente após as flexibilizações.
“Esses panoramas nos fornecem indicadores interessantes. A redução da poluição do ar é possível com a redução da atividade humana”, diz o estudo escrito por pesquisadores indianos.
Índia tem 26 cidades entre as 50 mais tóxicas
O levantamento lançado nesta terça (22) pela empresa suíça de qualidade do ar IQAir coloca a cidade indiana de Ghaziabad, ao norte do país, como a mais poluída do mundo.
A recomendação da empresa é usar máscara sempre ao sair – com ou sem pandemia –, não deixar janelas abertas e evitar exercícios ao ar livre.
Além de liderar o índice, a Índia possui 26 cidades entre as 50 com maior toxicidade no ar. Estão inclusas as três principais: Nova Délhi, Mumbai e Calcutá.
Em comunicado, o governo indiano afirmou que precisaria investir mais em programas específicos de controle da poluição para elevar a economia da Índia a US$ 5 trilhões até 2024. Hoje a economia do país é de US$ 2,9 trilhões.