Em uma ação incomum e com forte peso simbólico, a China enviou seu porta-aviões Liaoning para uma área marítima próxima ao Japão onde jamais havia operado antes. O avanço, considerado uma das missões mais distantes já realizadas pelo grupo de ataque naval chinês, chamou a atenção das autoridades japonesas e foi confirmado por Tóquio na segunda-feira (9), de acordo com o site USNI News.
A embarcação foi avistada no sábado (7), a cerca de 300 quilômetros ao sudoeste da ilha de Minamitori, território mais oriental do Japão. No domingo (8), o Liaoning realizou operações com caças e helicópteros, em plena navegação, ampliando a projeção militar chinesa na região do Pacífico Ocidental.

Trata-se da primeira vez que um porta-aviões chinês é visto naquela parte do oceano, destacou o secretário-chefe do gabinete japonês, Yoshimasa Hayashi. Tóquio vinha monitorando o avanço do grupo de ataque desde o final de maio, mas havia interrompido esse acompanhamento em 30/5. O reaparecimento do Liaoning oito dias depois, mais ao norte, indica que o navio realizou uma manobra de retorno após se afastar da região das Filipinas.
Questionado sobre o objetivo da operação, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, minimizou o episódio. “As atividades dos navios militares da China nas águas relevantes estão totalmente em conformidade com o direito internacional e com as práticas internacionais. A China adota uma política de defesa nacional de natureza defensiva. Esperamos que o Japão veja essas atividades de forma objetiva e racional”, declarou.
Minamitori — também conhecida como Marcus Island — está localizada a mais de 1.800 quilômetros de Tóquio. A ilha abriga destacamentos temporários da Agência Meteorológica do Japão, das Forças de Autodefesa e da Guarda Costeira.
Ainda não está claro por que o Japão interrompeu o monitoramento do Liaoning em 30 de maio. Em situações anteriores, os navios japoneses mantiveram o rastreio até que o grupo chinês cruzasse os limites do Mar do Sul ou do Mar da China Oriental. Uma hipótese é que a vigilância tenha sido assumida por submarinos ou por embarcações norte-americanas, que não divulgam essas ações publicamente.