O acordo de segurança firmado entre Rússia e Coreia do Norte levou soldados norte-coreanos a desembarcar na Europa para apoia o aliado em sua guerra contra a Ucrânia. Segundo a inteligência da Coreia do Sul, o movimento inverso também deve acontecer caso seja iniciada uma guerra na Península Coreana. As informações são do jornal The Moscos Times.
“A Coreia do Norte está registrada como tendo lutado pela Rússia. Se alguma vez houver uma guerra na Península Coreana, a Coreia do Norte pode agora esperar que a Rússia venha e ajude”, disse Wi Sung-lac, representante dos serviços de inteligência de Seul.
Segundo a autoridade, que serviu como embaixador sul-coreano na Rússia entre 2011 e 2015, o apoio de Moscou a Pyongyang já está em andamento, embora fora do campo de batalhas. Os russos fornecem comida ao aliado, ajudam a controlar as devastadas finanças norte-coreanas e estabeleceram uma parceria no setor de tecnologia aeroespacial.
A comida fornecida à Coreia do Norte também está inserida no acordo que levou os soldados do país à Rússia, ante à promessa russa de entregar 700 mil toneladas métricas de arroz. Moscou ainda pagará US$ 200 milhões em retribuição ao fornecimento dos combatentes, de acordo com o Serviço Nacional de Inteligência (NIS, na sigla em inglês) de Seul.
Na segunda-feira (4), o porta-voz do Pentágono, general Patrick Ryder, disse que são 11 mil e 12 mil os norte-coreanos na Rússia. Entretanto, acrescentou que não é possível afirmar ainda que eles já entraram em combate, de acordo com a agência Reuters.
Ryder se manifestou em resposta a uma declaração do governo ucraniano de que suas tropas já haviam entrado em choque com soldados de Pyongyang. “As primeiras tropas norte-coreanas já foram atacadas na região de Kursk”, disse Andriy Kovalenko, chefe do órgão de combate à desinformação do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, citado pela rede Bloomberg.
A presença dos combatentes da Coreia do Norte levou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a criticar seus aliados na [ultima sexta-feira (1º). “Em vez de fornecer as tão necessárias capacidades de longo alcance, os EUA estão observando, o Reino Unido está observando, a Alemanha está observando”, disse ele em seu discurso diário. “Todos estão apenas esperando que os militares norte-coreanos comecem a mirar nos ucranianos.”