Simpatizantes do EI tentaram assassinar ex-presidente das Maldivas, diz polícia

Dez pessoas foram presas sob acusação de participar da tentativa de assassinato e por espalharem a ideologia do grupo jihadista

Investigações da polícia das Ilhas Maldivas indicam que um grupo de simpatizantes do Estado Islâmico (EI) foi responsável pela tentativa de assassinato do ex-presidente Mohamed Nasheed, em maio deste ano. As informações são da revista indiana The Week.

Segundo Mohamed Riaz, comissário de polícia assistente, o principal suspeito, identificado apenas como Thasleem, foi detido no sábado (24), no atol de Addu, região sul do país insular. Outras nove pessoas foram presas por suposto envolvimento na tentativa de assassinato e por espalharem a ideologia do EI.

Simpatizantes do EI tentaram assassinar ex-presidente das Maldivas, diz polícia
O ex-presidente das Maldivas, Mohamed Nasheed, em pronunciamento em Malé, julho de 2009 (Foto: Divulgação/Presidency Maldives)

Thasleem ele teria dito à polícia que Nasheed não acreditava mais no Islã e que seu “sangue deveria ser derramado” em virtude de suas ações políticas. Porém, não foi identificada nenhuma ligação direta entre os autores do atentado e o EI.

No ataque de 6 de maio, Nasheed sofreu ferimentos graves depois de ser atingido por estilhaços. Ele ainda quebrou uma costela, cujos osso fragmentado ficou a menos de um centímetro do coração. Segundo a política, a explosão ocorreu através de um dispositivo caseiro acoplado em uma motocicleta estacionada perto do carro do ex-presidente.

O ex-presidente passou por diversas cirurgias, e inclusive realizou um tratamento na Alemanha. Ele conseguiu se recuperar plenamente. O suspeito já havia sido preso em 2017 acusado de produzir uma bomba, mas foi posteriormente libertado.

Maldivas islâmicas

O primeiro presidente eleito por vias democráticas nas Maldivas, Nasheed governou o país de 2008 e 2012, quando renunciou em meio a protestos. O político perdeu as eleições seguintes e tornou-se inelegível para a disputa de 2018 após uma sentença de prisão.

No Parlamento, é conhecido por criticar o extremismo religioso e já foi atacado por clérigos linha-dura por sua proximidade com “políticas liberais” do Ocidente. Nas Maldivas, predomina a religião muçulmana sunita, e o governo proíbe a prática de outras doutrinas.

O país asiático, de 530 mil habitantes, também têm um dos maiores números per capita de militantes que lutaram na Síria e no Iraque ao lado do EI.

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