O presidente da Rússia, Vladimir Putin, avisou nesta segunda (11) que o período de quarentena contra o novo coronavírus, de um mês e meio, vai terminar a partir desta terça (12). As informações são da BBC.
O fim gradual do isolamento abrangerá todos os setores da economia, segundo Putin. Os ajustes serão feitos por região, de acordo com o aumento no número de casos.
Segundo Putin, o sistema de saúde teria se preparado durante a quarentena de seis semanas. Por isso, “o período sem trabalho acabará para todos os setores da economia”. Agricultura e construção estão entre as primeiras áreas a retomar as atividades.

É possível que entes federados optem individualmente pela extensão da quarentena. O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, já prorrogou o isolamento até 31 de maio.
Máscaras e luvas serão obrigatórias no comércio e no transporte público. Só é permitido sair de casa para trabalhar, fazer compras essenciais ou passear com o cachorro.
Ao contrário da vizinha Belarus, a Rússia cancelou o desfile do Dia da Vitória. A data, em 9 de maio nos países alinhados aos russos e um dia antes nas nações da Europa ocidental, lembra a derrota alemã na II Guerra.
Números sob suspeita
A Rússia já tem 221,3 mil casos e registra 2.009 mortes, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). É o país com o terceiro maior número de casos, atrás apenas de EUA e Espanha.
Só a capital já tem 115 mil casos confirmados e o prefeito acredita que há subnotificação. A estimativa de Sobyanin, prefeito de Moscou, é de 300 mil infectados na cidade, de 11 milhões de habitantes.
Entre os casos está o de Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin. A confirmação do diagnóstico positivo foi divulgada nesta terça (12) pela Tass, agência de notícias russa.
O jornal britânico “Financial Times” estimou o número verdadeiro de mortes no país como 70% maior do que o registro oficial, de acordo com reportagem publicada nesta segunda (11).
Países como Itália e Reino Unido, que tiveram número semelhante de casos, registraram cerca de 30 mil óbitos cada.
Adalbi Shkhagoshev, vice-líder dos governistas no parlamento afirmou que os números do “Financial Times” seriam “fake news de escala global”, informou a agência.
O parlamentar governista é membro de uma comissão da Duma que investiga “interferência estrangeira nos assuntos domésticos da Rússia”.