Dois meses depois, países estudam novas medidas para conter coronavírus

Queda no número de casos ou aprimoramento do sistema de saúde puxa iniciativas de flexibilização

Para conter a disseminação do coronavírus, países do mundo todo adotaram medidas de restrição das mais variadas intensidades. Em algumas regiões, o isolamento social, a suspensão de aulas e o fechamento do comércio já duram dois meses.

Alguns governos já começam a rever suas diretrizes em relação ao coronavírus — seja por identificarem queda significativa no número de infectados ou por não terem mais recursos econômicos para manter a população confinada.

Já são 254 mil mortos em todo o mundo pelo novo coronavírus. O número de casos confirmados, que cresce a cada dia, atingiu nesta quinta (7) a marca de 3,6 milhões de infecções, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Saiba quais são as novas estratégias dos países que adotaram recentemente ou devem implementar mudanças nos próximos dias:

Turquia

O governo turco anunciou nesta quarta (6) que a pandemia do coronavírus no país está sob controle. Dois meses após a primeira confirmação, a Turquia começa agora a controlar a possibilidade de um novo surto. As informações são da Reuters.

O país está entre uma das nações com o maior número de casos: até esta quinta (7), foram registradas 131 mil, de acordo com a OMS.

No entanto, o número de mortes — 3,5 mil até agora — é menor do que em outras regiões. Com menos baixas, o governo da Turquia tenta agora reabrir a economia.

Entre as novas medidas estão o uso de máscara por todos os cidadãos e o respeito ao distanciamento social . As lojas que reabrirem precisarão seguir diretrizes definidas pelo conselho científico do governo turco.

Shoppings receberão um número restrito de pessoas e cerca de 150 mil serão examinadas em todo o país, na próxima semana. A meta é avaliar o estado mais recente do surto.

A Turquia deve aumentar sua capacidade de testes, atualmente entre 30 mil e 40 mil por dia. Também serão ampliados, segundo o governo, esforços para rastrear os contatos de quem foi contaminado.

Nesta quarta (6), o número de casos aumentou 2,2 mil, metade do que vinha sendo registrado em meados de abril. Foi o segundo dia consecutivo de ligeiro aumento no número de casos, motivo de alerta para as autoridades.

Rússia

Moscou, na Rússia, não deve se livrar do distanciamento social no intervalo previsto, que seria no próximo dia 12. As informações são agência de notícias russa Tass.

As autoridades afirmam que o aumento de casos confirmados no país se dá pelo aprimoramento da taxa de examinados. Até esta quinta, a Rússia tinha 177 mil confirmações e 1,6 mil mortes, segundo a OMS.

O governo afirma ainda que o maior número de casos não significa necessariamente o crescimento da doença no país, mas uma maior detecção dos casos.

Peru

Sem recursos, o Peru começa formalmente a flexibilizar o isolamento a partir desta sexta (8), como forma de buscar uma recuperação econômica. As informações são da agência de notícias EFE.

Dois meses depois, países estudam novas medidas para conter coronavírus
Tenda para triagem do novo coronavírus em um hospital de Lima, no Peru (Foto: Ministério da Saúde do Peru)

A medida acontece apesar de a pandemia não dar sinais de arrefecer no país. Os peruanos testemunharam algumas das restrições mais duras adotadas no mundo.

Dados da OMS mostram que o Peru já registrou mais de 51 mil casos confirmados da doença e 1,4 mil pessoas já morreram. Os números de internações, infecções e mortes crescem todos os dias e destaca as limitações políticas e econômicas do país.

Irlanda do Norte

Parte do Reino Unido, a Irlanda do Norte não planeja suavizar suas medidas de restrição devido a alta taxa de infecção, afirmou a primeira-ministra Michelle O’Neill. As informações são da Reuters.

Em todo o Reino Unido, a OMS já registrou 201 mil casos da doença e mais de 30 mil fatalidades. A Irlanda tem 22,2 mil casos confirmados e 1,3 mil mortes.

Geórgia

O país no Cáucaso deve suspender as restrições impostas aos moradores da capital Tbilisi na próxima segunda (11), de acordo a Reuters. O primeiro-ministro Giorgi Gakharia anunciou nesta quinta (7) que a medida faz parte da flexibilização gradual das restrições no país.

Já os bloqueios impostos em outra grande cidade do país, Rustavi, devem ser suspendidos na próxima quinta (14). A Geórgia deve abrir suas fronteiras para estrangeiros no dia 1º de julho e prevê retomada do turismo interno em 15 de junho.

As cidades de Tbilisi, Rustavi, Batumi e Kutaisi iniciaram suas restrições para evitar a disseminação do coronavírus no dia 15 de abril. A primeira medida foi a proibição da entrada de veículos. Em Batumi e Kutaisi, a medida foi suspensa na última semana.

O país deve permanecer em estado de emergência até o próximo dia 22. Isso significa que a população deve seguir os toques de recolher e a maior parte do comércio deve permanecer fechada.

Outras medidas incluem a proibição da aglomeração de mais de três pessoas e a suspensão do funcionamento do transporte público. Supermercados, farmácias e postos de gasolina têm permissão para funcionar. No último dia 5, setores da construção civil também foram autorizados a retomar as atividades.

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