Dias após se declarar livre do coronavírus, Montenegro reabrirá no dia 1º de junho as fronteiras para diversos cidadãos europeus, como croatas e albaneses. Os sérvios ficaram de fora, o que gerou críticas de Belgrado nesta terça (26).
O último caso registrado de coronavírus no país foi há três semanas. De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgados nesta terça, o país tem 324 casos confirmados e nove mortes. As informações são da agência de notícias Associated Press.
De acordo com o primeiro-ministro montenegrino, Dusko Markovic, a reabertura será autorizada para países que tenham no máximo 25 pacientes infectados pelo Covid-19 a cada 100 mil habitantes.
Os países que atendem aos critérios de Montenegro são Croácia, Eslovênia, Alemanha, Polônia, República Tcheca, Hungria, Albânia e Grécia. Os visitantes não serão testados, mas deverão respeitar as regras impostas pelo governo.
Mesmo não atendendo aos critérios, o governo da Sérvia reagiu com indignação à não inclusão do país na lista. Os sérvios são os principais visitantes de Montenegro, cuja economia depende do turismo.
A Sérvia registrou 11,1 mil casos de infecção pelo Covid-19 e 238 mortes, de acordo com a OMS.
Diversas autoridades sérvias se manifestaram. Entre elas a primeira-ministra Ana Brnabic, que afirmou que a atitude demonstra que a população de seu país não é bem-vinda no território vizinho, antigo aliado sérvio.
Tensão
Montenegro se separou da Sérvia em 2006, mas muitos cidadãos ainda se opõem à separação. Os sérvios representam cerca de 30% da população do novo país.
Também gera tensão entre os dois países uma lei criada pelo parlamento montenegrino no ano passado, que cria uma igreja ortodoxa local. Os clérigos de Belgrado afirmam que essa nova legislação tomaria seus pertences.
Apesar de a separação haver ocorrido há 14 anos, Montenegro ainda tem na igreja ortodoxa sérvia a principal filiação religiosa de seus habitantes.