OMS publica definição da ‘Covid longa’, que ainda não tem uma explicação médica

Sintomas do "pós-Covid" se estendem por pelo menos dois meses e não podem ser explicados por um diagnóstico alternativo

A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou nesta sexta-feira que chegou a uma definição oficial para a condição “pós-Covid”, também conhecida como “Covid longa”. É um problema persistente que ocorre em indivíduos infectados ou provavelmente infectados pelo novo coronavírus, cujos sintomas se estendem por pelo menos dois meses e não podem ser explicados por um diagnóstico alternativo.

Até o momento, a Covid-19 já superou os 230 milhões de casos e causou 4,8 milhões mortes no mundo. De acordo com a chefe de Gestão Clínica da OMS, Janet Diaz, os sintomas aparecem em torno de três meses após o início da Covid-19, e a falta de clareza entre os profissionais de saúde sobre a condição tem complicado os esforços no avanço da pesquisa e do tratamento. 

Homem recebe atendimento de prevenção à Covid-19 em posto da Unicef no Líbano, Beirute, em abril de 2020 (Foto: Unicef/Fouad Choufany)

Falando na ONU em Genebra, a representante explicou que os sintomas incluem “fadiga, falta de ar, disfunção cognitiva, mas também outros que geralmente têm impacto no funcionamento cotidiano” 

Ao publicar a definição, a OMS observou que a maioria dos pacientes que se recuperam da Covid-19 não possuem sequelas.  No entanto, alguns podem sofrer “efeitos a longo prazo em vários sistemas corporais, incluindo pulmonares, cardiovasculares e nervosos, bem como efeitos psicológicos”. 

A organização explica que os sintomas podem aparecer independentemente da gravidade da infecção. Mulheres mais velhas e pessoas com mais sintomas iniciais da doença são os mais afetados pela “Covid longa”.

Diaz descreveu a nova medida como “um importante passo” na padronização do reconhecimento de pacientes com a condição e disse que isso ajudará médicos e profissionais de saúde a iniciarem os tratamentos. 

Ela afirma que, embora existam vários testes para a infecção inicial da Covid-19, não existe essa solução para a condição deixada após a infecção, assim como não há clareza do que a desencadeia em quem sofre. 

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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